sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Tamagoshi

Vocês lembram daquele bichinho virtual que foi uma febre nos anos 90, o Tamagoshi? Todas as crianças tinham o seu e aí tu tinha que cuidar dele, dar comida, limpar, dar carinho, brincar, fazê-lo dormir, ou, caso contrário ele morria. Estes dias eu estava num final de semana em família, às voltas com o Francisco brincando na sala e comentei com o Fabrício, que filho era igual ao Tamagoshi, só que ao vivo. Claro que esta é uma visão bastante simplista do que é ter um filho, mas se a gente analisar friamente é mais ou menos a mesma lógica. Os cuidados, os horários para tudo, a rotina, prestar atenção em todos os detalhes, cuidar pra não se machucar, para comer, dar banhinho, colocar pra dormir, brincar, dar carinho, enfim, ter um filho exige atenção total e completa o tempo todo e se não cuidar direito ele sente e demonstra isso claramente.
Percebo agora que o Francisco está quase com 1 ano, que desde cedo eles (os bebês) já revelam a sua personalidade. O Francisco já sabe muito bem o que quer e já tenta impor determinadas vontades e já solicita que a gente mostre alguns limites, como dizer não quando ele vai puxar um fio que está na tomada (uma das "brincadeiras" que ele mais gosta). Ele vai com a mãosinha no fio e já fica me olhando com uma carinha do tipo "me diz não, mamãe" e quando eu digo, ele me olha, sorri e vai com aquela mãosinha de novo, o danadinho. Então, eles já pensam que tem o controle desde cedinho, e cabe aos pais impor estes limites e mostrar que nem tudo pode, pois eles nascem com limite zero, não conhecem nada do mundo e pra eles tudo é possível. Tanto é que eles se machucam horrores nos primeiros anos de vida, com tombos, galos e arranhões, pq não tem noção nenhuma do perigo e dos limites do mundo. Esta fase, embora seja um barato, eles quase andando, se equilibrando como bêbados tentando achar o equilíbrio, e descobrindo o mundo, é muito complicada, pq piscou, é um tombo, piscou, é uma batida de cabeça no armário, piscou, é um dedo na tomada... tem que estar em cima all the time e pedir uma ajuda extra aos anjos da guarda para amortecerem a queda, caso ela seja inevitável.