quarta-feira, 27 de outubro de 2010

E dá-lhe virose!

Quando eu fui na primeira consulta do Francisco ao pediatra e fui informada de que seriam umas 10 viroses no primeiro ano eu pensei "ahhhh, bem capaz né? O cara deve estar exagerando." Mas não é que eu contei nos dedos as vezes que o Francisco ficou doentinho neste primeiro ano e foram 10 vezes mesmo. A última virose do Francisco está indo embora nesta semana, começou na 5a feira com 40 graus de febre que teimavam em não baixar.
E aí vale tudo: banhos morninhos, deixar com pouca roupa, sem meias, tudo pro corpo esfriar e a temperatura ir cedendo. Mas já se passou um ano e dez viroses e eu ainda não aprendi a lidar com a sensação horrorosa que é ver o Francisco caidinho, sem vontade pra nada, choramingando, e com uma carinha de "vocês não vão fazer nada pra me ajudar?". Tem vezes que eu acabo chorando junto, sabe? Não sou do tipo "mãe coragem", eu acho. Na 5a mesmo, fiz ele dormir e quando deitei no sofá, desabei chorando, pq esta sensação de impotência é horrível e ver uma pessoinha tão pequena sofrendo tanto me deixa muito mal. Mas por outro lado eu sei que os pais têm que estar preparados para as mais variadas situações, como quedas, acidentes domésticos, viroses, e tudo mais que uma criança em desenvolvimento e criação de anticorpos vai passar ao longo de boa parte da sua vida. O complicado é colocar isso na hora que o bicho pega mesmo. Eu me mantenho firme, até para passar aquela segurança de que ele não está sozinho, mas quando ele não está vendo, me permito chorar ou ficar triste. Afinal, a gente não é de ferro né?

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Pra ser feliz no casamento.

Num mundo onde o amor é cada vez mais instantâneo, onde as relações começam com data marcada para terminar, como fazer um relacionamento dar certo?

Hoje eu e o Fabrício estamos fazendo dois anos de casados, que na verdade são só uma pequena parte dos nossos 10 anos juntos, e quando eu olho pra gente eu sinto muito orgulho do tipo de amor que a gente vem construindo. Um amor genuino, que aceita o bom e o ruim do outro (pq todos temos os dois lados). Um amor que não sufoca, que não prende e que não desconfia. Um amor que não deixa o tempo ir esfriando a relação e que se preocupa em se reinventar sempre, mas sem perder a sua essência. Um amor que cuida do outro, que se preocupa em entender o lado de cada um, sem querer que o outro seja o que você quer. Um amor que discute sem perder o foco no que é importante. Um amor que olha na mesma direção, que se movimenta para o mesmo lado e que sonha muito. Um amor que curte os pequenos belos momentos de todos os dias, como uma jantinha, o brilho de uma vela, ou tomar juntos uma taça de vinho ouvindo um Cd especial. Ou simplesmente, ficar juntinhos na cama, pensando em como é bom estar ali e pronto. Acho que amar é muito simples. Mas casar não é tão simples assim. Não é simplesmente dividir a mesma casa e as contas. Na verdade são dois mundos que acabam indo pra um só lugar. Cada um com seu jeito, seu estilo, sua forma de ver as coisas. Tem que ter maturidade, paciência, humildade e ter sempre em mente que turbulências existem e fazem parte da vida, mas que o que diferencia e fortalece é passar por cada uma delas e ver que a relação só cresce, e fica mais e mais firme. Casamento também tem tudo a ver com sexo. Sem ele não tem casamento que dure. O sexo refresca a relação, torna tudo mais leve e faz as pessoas se sentirem realmente amadas. Casamento não quer dizer, necessariamente, ter filhos, mas depois termos o Francisco, penso que um filho é algo que todo o casal tinha que ter. O filho fecha o ciclo do amor, pq é o fruto de tudo de melhor que cada um tem e faz com que além de um casal, a gente se torne pai e mãe e leve a relação para um novo momento.
Estes dias eu li uma entrevista de um importante psicanalista dizendo que ninguém foi feito para ficar a vida inteira com a mesma pessoa, e talvez ele possa até ter razão, mas eu prefiro pensar que quero que seja pra sempre, pq desta forma, vou dar o meu melhor para que dê certo.
Fabri, feliz aniversário e que a gente comemore muitos e muitos mais.
Te amo.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Um ano do Francisco

Gente, o tempo vôou de forma supersônica e daqui há uma semana o Francisco estará comemorando 1 aninho. Parece que foi ontem que eu enrolei ele na manta do hospital (que nunca mais devolvi, que vergonha!) e levei ele pra casa. Me lembro muito bem da minha cara e do Fabrício com aquele mini ser, mostrando pra ele a sua casa, falando de cada parte do seu novo lar, mostrando seu quarto e tudo o que a gente tinha preparado pra ele com tanto amor e carinho e eu com uma dúvida enorme de o que fazer com ele: coloco no berço? deixo no carrinho? Tudo novo e amedrontador, quase apavorante. Me lembro bem da minha angústia em não saber as razões do choro, ter que ir tentando, tentando, até descobrir se era fome, sono, cólica, cocô ou xixi. Os dias intermináveis da licença maternidade, vendo a vida passar pela Ana Maria Braga e pelo Vale à pena ver de novo. O início da amamentação, a mijada que levei do pediatra por não estar fazendo da forma como ele havia me informado. Aproveitando, segue uma dica: obedeçam o pediatra ou então não contem nada pra ele, pq eles odeiam as mamães desobedientes e no meu caso, muitas vezes eu ouvia todo mundo, menos ele e quando eu comecei a ouví-lo é que tudo começou a funcionar melhor. Mas fechando o parênteses do pediatra, este primeiro ano foi um dos mais intensos da minha vida. E sei que da vida do Fabrício também. Os primeiros 3 meses que são o caos na terra (mas passa e muito rápido), do 4o ao 6o mês que é quando começa a diversão, o momento em que o Francisco sentou e começou a brincar sozinho e antes disso, a primeira noite que ele dormiu a noite toda (e nós também)... este dia eu jamais vou me esquecer pq eu ria de orelha a orelha (como é bom dormir). O dia que eu descobri o primeiro dentinho (que orgulho, fui eu que descobri), o dia que ele comeu bisnaguinha e ficou com pão grudado em todos os minúsculos 4 destes (eu chorei de rir). As primeiras comidinhas e todas as caretas que acompanham as experiências gastronômicas (a cara de comer sorvete é a mais engraçada de todas). O dia em que ele fez cocô até quase a cabeça (temos muitas fotos deste dia) e depois desse dia vieram muitos outros e eu descobri que amo Vanish. O primeiro dia no parquinho. A gente andando de gangorra juntos. As brincadeiras e os momentos em família. Me orgulho de termos apresentado pra ele Ramones, Nirvana, New Order e Elvis e ele ficar todo feliz quando colocamos o CD e fazer aquela dancinha engraçada e rir pq acha tudo muito super. Aiiii o dia em que ele bateu palminhas pela primeira vez (to escrevendo e lembrando) foi muito lindo. O dia em que ele começou a engatinhar, puxando uma perninha de um jeito muito fofo e engraçadinho. Nossa, tem muitas coisas bacanas neste curtíssimo 1 ano de vida. Muitas descobertas, muitas aventuras, muitas novidades. Mas a maior descoberta de todas fui eu que fiz, me descobri mãe. Nunca pensei que conseguiria, nunca pensei que saberia ou que aprenderia (na verdade é um aprendizado diário). E hoje, tenho uma maturidade que nunca tive e uma vontade enorme de acertar e ajudar a formar uma pessoa bacana. Pegar este CD em branco, que é o Francisco, e tentar, junto com meu mega blaster maridão Fabrício, gravar nele só coisas bacanas, valores importantes, conceitos como amor, amizade, simplicidade, limites, verdade, afeto, compaixão, solidariedade, empatia, caráter, amor ao próximo e ver crescer alguém que vai fazer diferença no seu mundo e no mundo dos outros. Acho que este é o maior desafio dos pais e algo que não se aprende na escola. O exemplo mesmo vem dos modelos mais importantes da criança: os seus pais. E por mais que digam que o mundo tá complicado, que a gente tem que trabalhar mais e sobra menos tempo pro resto, acho que é hora de rever isto e tentar viver bem com o que se tem, para que a qualidade dos relacionamentos se fortaleça. Acho que mais importante do que dar o celular da moda ou o videogame do momento é pegar na mão do seu filho, abraçar bem forte e poder dizer um eu te amo do fundo do coração e ter tempo pra uma voltinha no parque em um sábado de sol, um pique-nique ao ar livre ou uma ida inocente ao zoológico, com direito a galinha enfarofada, com aquele gostinho da minha infância. As lembranças são muito mais marcantes do que as coisas. As minhas melhores lembranças não envolvem nada caro, são só coisas simples, mas que me fizeram muito feliz. E que chegue a festinha de aniversário pra gente curtir muito com o Francisco e se preparar para os próximos anos e as próximas descobertas.