terça-feira, 5 de julho de 2011

A difícil arte do equilíbrio.

Ontem recebemos a avaliação do semestre do Francisco na escolinha e lendo com atenção o que as profes falam do meu filhote, parei para pensar na difícil arte de equilibrar a educação de um filho com o lado criança dos pequenos. As profes encheram ele de elogios, disseram que ele é muito afetuoso, carinhoso e alegre, que participa de todas as atividades sempre com muita disposição, que come bem e todos os legumes e verduras e não rejeita nenhum tipo de alimento que é oferecido, que senta à mesa para comer (coisa que poucos aceitam fazer). Falaram que gosta muito de música, que gosta de ler, de cantar, de brincar de montar e desenhar. Basicamente as mesmas atividades que acabamos estimulando ele em casa. Mas também comentaram sobre o fato de ele não lidar muito bem quando é contrariado e no fato de ele perder o controle (seja gritando ou mordendo) quando perde a disputa por um brinquedo ou quando alguma coisa não acontece como ele gostaria. E aí é que mora o tal equilíbrio. Avaliando este relato das profes é impossível não questionar se estamos sabendo mostrar ao Francisco estes limites. É claro que as crianças passam por algumas fases bem características e uma delas é esta mesma: a fase da birra, de tentar impor a sua vontade de qualquer jeito. No entanto, em cada uma delas tem que prevalecer a educação, o fato da criança entender que quem está no comando são os pais e não ela. Mas ao mesmo tempo a linha entre educar e passar o tempo todo gritando ou repreendendo é muito tênue. E muitas vezes, para não passarmos por chatos, acabamos relevando certos comportamentos só para não nos incomodarmos. Mas isto também não é a melhor atitude. De uma forma geral, tenho uma intuição de que estamos no caminho certo com a educação do Francisco. Sempre buscamos mostrar a ele quando ele está errado, o colocamos para pensar quando ele age mal, e sempre procuramos mostrar que quem está a frente somos nós, que a nossa decisão tem que prevalecer na grande parte do tempo. Não aceitamos quando ele não quer comer comida e sim, iogurte ou bergamota. Tentamos ao máximo respeitar o horário das refeições e das atividades, a hora do banho, a hora de ir pra cama e lidamos muito bem com os acessos de birra dele, mostrando que ele não vai conseguir ser ouvido desta forma. E mesmo assim, me pego muitas vezes pensando "será que estamos agindo certo?". "Será que não estamos mimando o Francisco?". "Será que só conversar é a forma mais correta mesmo de educar?" (pq tem dias que dá vontade de passar a mão numa havaianas, né? Enfim, parece que tudo é na base da tentativa e erro. Experimentar e ver o que funciona mais ou menos. Tentar entender também o processo da criança e compreender que apesar de pequenos, eles são pessoas, com vontades e milhões de facetas diferentes e que precisam se expressar e ser ouvidos, que tem momentos de mal humor e que nem sempre vão seguir uma cartilha de procedimentos padrão. Mas o lado bom é que a criança é um HD completamente vazio e vai armazenando tudo o que a gente coloca dentro (bom ou ruim). Então com muita paciência e boa vontade vamos seguindo na direção deste equilíbrio, tentando deixar as culpas de lado e exercitar a arte de educar um filho com amor. Porque ter filhos não é nada complicado, mas educar de casa para o mundo é que é o maior desafio de todos.