segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Pra fazer do limão, uma limonada.

O Francisco continua na fase de não experimentar novidades alimentares. E quem é mãe sabe o quanto o tema alimentação rende no dia-a-dia dos pequenos.
Uma criança que não come nos frustra, nos causa um sentimento de culpa e, não raras as vezes, nos deixa em pânico. Como assim, não quer comer? E nestes poucos três anos de experiência como mãe uma coisa eu aprendi: não adianta nada forçar.
Lembro-me muito bem da única vez que tentei empurrar comida goela abaixo no Francisco e levei um prato de lentilha na cabeça. É ÓBVIO que ele foi duramente repreendido, que ficou sem comer até a próxima refeição, que teve que pensar na sua atitude. Mas lá no fundo, sei que agi errado.
Forçar só faz a criança ver o momento de comer como um fardo, algo complicado e pouco prazeroso. E se ela não está com fome naquele momento (e pode ser sincero), deixa pra lá, curte a refeição e guarda o prato dela no forno, quando bater a fome, ofereça a mesma coisa e ela vai comer bem feliz.
No quesito não experimentar alimentos novos inventamos uma brincadeira em casa que tem funcionado, pelo menos pra romper a barreira da primeira garfada. Chama-se adivinha o que é.
É bem simples, pega o alimento e diz "abre a boca e fecha os olhos". Quando a criança estiver pronta, coloca o alimento em sua boca e pede pra adivinhar o que é. E repete isso com seu marido, ou com a vó ou com outra pessoa da casa. Dia desses ele experimentou atum, tomate cereja e pimentão, este último quase colocando todos os anteriores pra fora. Mas experimentou. E por causa da brincadeira, tem tido mais facilidade para aceitar o novo. Ontem, mesmo achando muito estranho ter um peixe rosa servido no almoço (salmão) ele experimentou e encerrou com um "não quero mais, obrigada", mas provou.
E outra coisa que tem funcionado é envolver o Francisco comigo e o Fabricio no preparo das refeições. Ele nos ajuda a temperar os alimentos, lava as folhas pra fazer a salada, experimenta enquanto estamos cozinhando e até dá palpite no que gostaria de comer no almoço ou no jantar. Assim ele vai aprendendo sobre os alimentos de um jeito bem divertido e quando servimos tem aquela sensação de "fui eu que fiz" e aí curte mais o momento de estarmos juntos apreciando uma bela refeição em família.
E a sobremesa? Ah, esta não é prêmio, e sim, a continuação da refeição. Se comeu, o próximo ítem é a sobremesa, se não comeu, sinto muito.
E assim a gente vai, uma refeição de cada vez com paciência e persistência, sempre.