quinta-feira, 4 de abril de 2013

Um mundo sem mulheres seria igual a um mundo sem homens: muito chato.

Fazia muito tempo que eu não assistia ao Fantástico. Mas com a tv a cabo fora do ar, acabei assistindo a abertura da nova série "mundo sem mulheres", onde onze homens aceitam encarar o desafio de ficar uma semana sem as esposas em casa, assumindo sozinhos o cuidado com os filhos, com a casa, o trabalho e todos os itens que envolvem administrar uma família.
Os perfis foram escolhidos a dedo: tem pai de trigêmeas de menos de três anos, pai de pré-adolescentes, pai de menina. Tem pai preguiçoso, pai machista, pai mau humorado e pai calmo até demais. Vários estilos de vida e de encarar a rotina diária e o papel de cada um nela.
Mas também tem vários tipos de mãe: mãe que só cuida dos filhos e nunca passou um dia longe deles na vida, mãe multitarefa e mais descolada, mãe autoritária e centralizadora, que mesmo que nunca tenha limpado o banheiro todos os dias, quer que o marido limpe enquanto estiver fora.
A proposta é simples: férias para elas e trabalho duro para eles durante sete dias.
Na despedida: elas choraram e eles fizeram uma churrascada para comemorar.
Nas entrelinhas elas estavam dizendo: "será que eles sobreviverão sem mim? Vou morrer de saudades." E eles: "Vai dar tudo certo, claro."
Mas o que me chamou mais atenção é que vários séculos se passaram e parece que ainda existe, em muitas famílias, aquela visão de que o papel do homem é prover a família e o da mulher, o de cuidar da casa e dos filhos. Só que hoje, grande parte da mulheres trabalha fora e a organização da família, da casa, do casal está sendo cada vez mais dividida entre os dois (ou não).
Posso dar o exemplo lá de casa: eu amo cozinhar, então, a cozinha é minha (e com a louça e tudo, pq eu gosto de lavar louça e não gosto de secar). Em contrapartida, eu odeio lavar roupa, e a organização da roupa é do Fabrício. O jardim também fica com ele, pq não levo o menor jeito com cortador de grama e não sei podar árvores. Ele sabe. Quando o assunto é o Francisco tudo foi sempre dividido: eu levo, ele busca. Eu dou banho e ele troca e vice-versa. Quando chora à noite, a gente também tenta revesar, embora o meu sono seja bem mais leve e eu ouça qualquer suspiro, o que me leva, na grande parte das vezes a pular da cama primeiro. E a limpeza da casa fica a cargo da faxineira que vai uma vez por semana e a gente promete (e se esforça) manter a casa em ordem até a próxima visita.
E assim a vida segue.
Mas tem uma coisa no comportamento da grande maioria das mulheres que muitas vezes incentiva essa postura mais light dos homens em casa: o sentimento de que ela faz melhor que ele, é mais antenada que ele, faz mais de uma coisa ao mesmo tempo e ele não. Quando ele pensa em fazer, ela já foi lá e fez. Mas na verdade, e eu aprendi isso na marra, não tem o melhor jeito de fazer, o que existe é fazer e pronto. Cada um do seu jeito.
Às vezes eu fico observando e percebo que o Fabrício dá banho no Francisco de um jeito totalmente diferente do meu. Eu troco o Francisco de um jeito diferente dele. Ele dá bronca, diferente de mim e por aí vai. Na hora de escolher roupa, é sempre diferente. Mas cada um faz a sua parte do seu jeito e procura não sobrecarrega o outro com tudo.
E tenho certeza de que a grande maioria (se não, todas) dessas onze mulheres vai ficar de queixo caído ao perceber que seus maridos deram conta do recado. E a grande maioria dos homens vai perceber como é complicado fazer tudo zozinho, apesar de ser possível. Vão valorizar mais suas esposas ao final desta semana. Mas o saldo será positivo para ambos os lados, com toda a certeza.