sexta-feira, 21 de março de 2014

Quatro anos: a segunda adolescência.

Estou meio sumida do blog, mas tem tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo, que acabei deixando o Projeto Cegonha um pouquinho de lado.
Mas o Ico está passando por uma fase meio estressante e precisava dividir isso com vocês.
Já passei por alguns momentos complicados com o Francisco.
O primeiro deles foi pertinho dos dois anos, quando eu tinha a sensação de que um ser rebelde tinha tomado conta do meu filho e transformado ele num pequeno monstrinho: nervoso, agressivo, chorão e birrento. A cada não, sobravam tapas, puxões de cabelo e, não raro, mordidas.
Mais de uma vez me tranquei num lugar isolado da casa para chorar sozinha, tamanho era o nervosismo e a sensação de impotência de não conseguir controlar um bebê de menos de dois anos. Aí fui ler sobre esta fase e descobri que é a primeira adolescência dos pequenos. Um momento muito delicado de transição da fase bebê para a fase criança, onde muitos conflitos tomam conta deles, causando uma avalanche de sentimentos, como frustração, raiva, angústia e medo, que eles acabam descontando nos pais.
Tentando sempre pensar pela ótica de que, quem ditava as regras éramos o Fabrício e eu, sempre fomos contendo ele, colocando de castigo, quando era o caso, sendo firmes (e a voz firme, normalmente funciona) e aos poucos este período complicadinho foi nos deixando.
Agora aos quatro anos, estamos passando por um novo momento com o Ico. Ele já é um menino que consegue se expressar, que reage aos ambientes onde vive, que sabe o que quer (ou pensa que sabe) e que quer, a todo o custo, fazer prevalecer a sua vontade. Taí a segunda adolescência.
Como eu gosto de dizer, tem que ter um saco blindado, às vezes.
Na hora de desligar a TV, foi muito cedo. No momento de tomar banho, ainda tinha outra coisa melhor pra fazer. Na hora de comer, ainda não tem fome. Na hora de dormir, ainda não tem sono.
A roupa não é a que ele queria, o tênis está apertado demais, a bermuda grande demais. Parece que nada está bom.

Estes dias não cedi num destes momentos e ele me disse bem assim:
- Um dia eu "querio" ser um Rei.
- Um rei, Francisco?
- Sim. Se eu for um rei todo mundo vai fazer só o que eu quiser.

Então, mais uma vez, temos que relembrar a todo o momento de que os adultos somos nós e tentar a todo o custo colocar limites e mostrar que ele ainda não tem condições de decidir sozinho o que vai fazer. Que ele é só uma criança e que existem coisas que não têm negociação. A choradeira é inevitável e na fase do vocabulário a todo o vapor, às vezes temos que ouvir algumas palavras ditas entre os dentes, como "sua meleca", "sua gosma", "eu não gosto mais de você" e usar a terapia do ok para saber que é só mais uma fase e que se todo mundo fizer a sua parte direitinho vamos sair dessa sem maiores traumas.

E vocês? Qual foi o pior momento na educação do seu (ou seus) filhotes?