terça-feira, 26 de abril de 2011

O Francisco é um bebê adolescente.

Passei alguns dias em silêncio digital porque estava tentando assimilar os últimos acontecimentos da minha tresloucada vida de mamis. O Francisco fez 1 ano e seis meses e parece que foi apertado o botão "fora de controle" dele. Aquele lindo menininho que enchia os pais de orgulho por ser uma criança dócil, querida e de fácil convívio, simplesmente virou um pequeno príncipe birrento, chorão e cheio de manhas e vontades. De uma hora pra outra a impressão que eu tive é que eu não estava mais com o mesmo filho em casa. E posso garantir que não estou exagerando. Na 5a feira em pleno momento feriado em família eu levei um prato de pirê de batata e lentilha na minha cabeça. E quem o jogou? O Francisco. Aham. Este mesmo. Num ataque de ira por eu tentar forçá-lo a comer (tá bom isso não se faz) ele não hesitou em me atacar com seu pratinho térmico. A minha reação?
Bati nele pela primeira vez. Depois me senti tão culpada, que chorei. Me senti mal por ter reagido desta forma, fiquei frustrada por não ter feito tudo de uma forma diferente, enfim... perdi minha paz naquele dia.

Depois as coisas foram melhorando, mas a cada ideia contrária a dele era um tapa, uma tentativa de mordida, um brinquedo que voava longe. Gente, que teste de paciência. Paciência. Taí uma coisa que não veio em mim como ítem de série. Mas enfim, Deus não escolhe os capacitados. Ele capacita os escolhidos. E se ele me escolheu pra essa tarefa tão importante e emblemática, tenho certeza de que Ele vai me ajudar a me capacitar melhor.

Mas o Fabricio e eu sempre tentamos manter a lucidez nestes momentos de fúria - confesso que bem mais ele do que eu, pq o meu pavio é bem mais curtinho - mas sempre mostramos ao Francisco o que é errado e não deixamos ele fazer tudo e passar em branco, sem entender o que é errado, o que nos magoa, o que não se deve fazer. Mesmo que isso signifique mais choradeira.
E pesquisando hoje sobre o assunto para tentar auxiliar nesta tal capacitação, eu me deparei com uma matéria dizendo que esta fase, que vai de 1 ano e meio até dois anos, é chamada de "adolescência dos bebês". Ou seja, eles não são mais aqueles bebezinhos inertes que vão para onde os pais forem e fazem o que pais decidem, mas também não estão - e nem se sentem - aptos a tomar suas própria decisões. Realmente é um dilema infantil. Eles - os bebês adolescentes - são tão confusos, que muitas vezes eles nem sabem mesmo o que querem. E isso explica o pedido do Francisco pela "mananinha" (bananinha) e na hora que eu coloco na frente dele ele diz "nãouo". Ai pede o "iuti" (iogurte) e eu trago e ele olha e diz "nãouo". Ou seja, paciência e persistência são palavras de ordem na vida dos pais que pretendem tentar formar pessoas capazes de lidar com as frustrações da vida e com os inúmeros nãos que recebemos ao longo de nossa passagem pelo mundo.
Confesso que depois que li tudo isso me senti bem melhor, pq entendi que o Francisco precisa ser compreendido e auxiliado, pois ele depende de nós (seus pais) para entender como o mundo funciona e que nem tudo acontece na hora e do jeito que gostaríamos.
Aprendi que o que estamos fazendo - dar limites com amor e verdade - é o maior bem que os pais podem dar a seus filhos, pois é assim que se prepara para a vida adulta. E então, me senti um pouco mais capacitada para a minha tarefa. Sei que tenho um longo caminho pela frente e sei que tenho que crescer muito - e amadurecer muito ainda. Mas percebi que tenho ido na direção certa. Que alívio!

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