sexta-feira, 24 de junho de 2011

Um filho nos ensina a amar alguém além de nós mesmos.

Saramago não poderia ter acertado tão em cheio quando disse:

"filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nosso piores defeitos para darmos os melhores exemplos e aprendermos a ter coragem."

Ontem eu percebi como ser pais nos trasforma em pessoas capazes de tudo e de qualquer coisa para ver o filho bem. O Francisco me chamou ontem, gritando, à 1h30 da manhã e confesso, que pensei ser mais um daqueles pesadelos da madrugada e que logo, logo ele se acalmaria. Mas como isso não aconteceu, fui até seu quarto para ver o que estava acontecendo. Quando entrei senti um cheiro de vômito horrível e quando me aproximei dele, percebi que ele estava completamente vomitado e passando muito mal. Não pensei duas vezes, coloquei ele sobre o tapete e comecei a tirar sua roupa e a limpá-lo, enquanto o Fabricio retirava a roupa de cama suja e colocava uma limpa. O Francisco se tremia de frio e eu tentava fazer tudo o mais rápido possível pra que ele ficasse quantinho logo. Quando terminei de trocá-lo, o Fabricio ficou com ele e logo vi que tudo havia começado outra vez. Mais uma vez ele vomitou, e assim foi durante a próxima hora. Como ele não melhorava, liguei pro pediatra que prontamente atendeu o telefone às 2h30 da manhã. Me passou as instruções e como eu não tinha nenhum daqueles medicamentos em casa, o Fabricio foi buscar, enquanto eu ficava com o Francisco. Neste meio tempo ele passou mal de novo e eu fui acalmando ele, até que ele acabou dormindo no sofá.
Medicamos, e ele vomitou toda a medicação. Comecei a pensar em ir com ele até o plantão, mas a idéia de vê-lo tomar injeção na veia, me dava arrepios (até hoje eu não sei ligar com isso) e eu comecei a rezar para que ele melhorasse e não precisasse ir. Demos mais uma dose de medicação e desta vez ele aceitou. Aos poucos foi melhorando, e relaxando e quando vimos ele havia dormido. Colocamos ele no berço e ele virou pro lado, se abraçou no Neimar (seu macaco de pelucia) e dormiu. Finalmente pensamos que íamos dormir. Mas tão logo eu deito na cama, ele me chama mamãããããããããeeeeeeee e eu corro pro seu quarto. Ele estava lá deitadinho, na mesma posição que eu o havia deixado, então concluí que ele só queria ter a mãe por perto para se sentir seguro. Fiquei acariciando seus cabelinhos e sua testa até que finalmente, ele adormeceu. Me senti tão forte e tão corajosa por enfrentar coisas que há alguns anos eu jamais imaginaria que pudesse. Pensei muito em como é bom ter um marido presente e que pega junto, porque nestes momentos ter apoio torna tudo mais fácil. E fiquei imaginando em como a gente se torna menos egoista depois de se tornar pai e mãe. A última coisa que eu pensava é que eu teria que acordar cedo no outro dia. Eu só pensava no Francisco. Em vê-lo bem, em cuidar dele, em protegê-lo. E ver a sua carinha rosada hoje cedo, cantanto "tumbatá" (tumbalacatubatumbatá) e pedindo "meu mamá, mamãe", foi a maior alegria do mundo e eu nem me lembrei mais da noite horrível que passamos e fui pro trabalho cheia de energia.

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