terça-feira, 29 de novembro de 2011

Levar um bebê em show de adultos. Quem está no lugar errado?

Dia desses li no Caderno Donna, na coluna da Martha Medeiros, um texto sobre atitudes que esperamos que alguém tome, quando na verdade o alguém somos nós mesmos. E para ilustrar ela fala de um episódio em que fica estarrecida com uma mãe que leva seu bebê para assistir a um show de rock, pelo fato de não ter "alguém" pra ficar com ele e gostar muito, muito da banda. E aí a pergunta era: "que tal, você?". Pois bem, fui a um show no sábado passado, onde havia em torno de 50 mil pessoas e me deparei com uma moça e seu filho - de pouco mais de seis meses - nos braços. Nas poucas horas que estive lá, vi muita gente passando mal pelos cantos, sendo carregada por seguranças, acompanhei pelo menos três brigas e tudo isso no ambiente que era um pouco mais reservado ou VIP, que era onde ela estava com o bebezinho. E a pergunta que eu faço é: quem estava no lugar errado? Como mãe eu sempre preservei ao máximo o Francisco de certos tipos de exposição. Bebês são frágeis, não tem imunidade suficiente para lidar com determinados tipos de bactérias e virus que estão na grande maioria dos lugares que frequentamos. Então, até 1 ano, ele ia conosco em lugares "mais confiáveis", sem tanto tumulto, sem tanta gente. Mas cá entre nós, um show não é lugar para criança pequena, né? Normalmente, a classificação mínima é 12 anos e ainda assim, acho arriscado expor uma criança a um ambiente de adultos e que oferece tantos riscos. Acho que tudo tem um limite. A organização deste tipo de evento deveria barrar casos assim e mandar voltar pra casa, pois caso algo aconteça os organizadores podem ser até penalizados. Sei de muitos pais que se consideram mega descolados em envolver os filhos em tudo o que fazem e enchem a boca pra dizer "o fulaninho desde bebê, já ia a shows comigo", mas os pais podem ser descoladíssimos aproveitando a sua vida e continuando seus programas preferidos, sem envolver os filhos, curtindo sozinhos aquele show tão esperado ou saindo pra jantar com os amigos sem ter hora pra voltar. Para isso é que existem as babás, os tios, os avós, os dindos...show pra criança pequena é quase programa de índio. E se não tiver mesmo com quem deixar, compra um DVD e assiste em casa. Não é tão mal assim.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Nem sempre seu filho tem razão.

Eu fico impressionada com algumas mães quando o assunto é a socialização dos pequenos. Quando colocam seus filhos em contato com outras crianças não os deixam interagir sem estar sempre apreensivas, prontas para defender sua cria em toda e qualquer situação.
Não querem que brinquem pq podem se machucar, não querem que sentem no chão pq podem se sujar, não deixam fazer nenhum movimento, pq podem cair. E aí quando as crianças têm a oportunidade de brincar com outras crianças, não se soltam, não conseguem tirar o sapatinho e pisar na terra, na grama, não conseguem se lambusar comendo com as mãos, não conseguem ser crianças.

Acho que acabei me soltando mais nesta questão por dois motivos: primeiro, pq o Francisco foi pra escolinha antes dos 4 meses. Certo ou errado, o fato é que por motivos profissionais não tive outra escolha e isso acabou me ajudando neste desprendimento. Neste lado de tocar minha vida durante boa parte do dia, enquanto o Francisco tocava a dele. Ele teve contato com mais crianças muito cedo e isso também ajudou na questão do desenvolvimento e para que ele mesmo descobrisse como se portar e a lidar com determinadas situações, como disputa por brinquedos, mordidas e noção de limites, horários e coletividade.
Segundo, pq tenho na minha família crianças em 3 idades diferentes e que convivem muito.
O Matheus, com 4 anos. O Francisco, com 2 anos e a Laura, a caçulinha com 1 ano e pouquinho. Neste convívio entre os primos acabei aprendendo a deixar as coisas irem acontecendo e a permitir que eles mesmos fossem descobrindo como resolver determinados problemas sozinhos. É claro, que não deixamos o circo pegar fogo para intervir. Mas damos a eles o tempo e o espaço necessários para tentarem negociar entre si e escolher a melhor alternativa. E quase sempre funciona. É claro que rola um empurrão aqui, uma tentativa de mordida ali, mas no fim de tudo, eles sempre acabam se entendendo e percebendo o que é certo e errado nesta quase etiqueta infantil.

Mas tem uma coisa que me impressiona mais ainda: o fato de algumas mães acharem que seus filhos sempre têm razão e não permitirem que eles aprendam a dividir, a compartilhar, a lidar com as diferenças de idade e com situações em que não podem agir de determinada forma ou fazer exatamente o que gostariam. Já vi muita mãe, quando outra criança pega o brinquedo do filho dizer "esse é do fulano" e não incentivá-lo a emprestar. O Francisco, por exemplo, é campeão de estar feliz da vida fazendo alguma coisa e quando percebe que alguém pegou um brinquedo dele que estava lá do outro lado da sala, sair correndo e querer pegar pra si. Eu sempre tento mostrar pra ele, que o brinquedo é dele sim, mas que ele pode emprestar, afinal, nem estava brincando com ele. E normalmente ele entende. Acaba sendo tudo uma questão de negociação.
Tem vezes que ele não quer emprestar algo pq está brincando superbem e eu também não forço, negocio com ele dizendo que se ele não quer emprestar agora, não tem problema, que quando ele quiser, ele empresta e ofereço alguma outra opção ao amigo. E segundos depois, normalmente ele resolve emprestar.
Dar um pouco mais de autonomia nesta hora acaba fazendo com que a criança aprenda sozinha a lidar com as situações, mesmo que no momento pareça que se instaurou o caos. A gente acaba tendo que falar a mesma coisa umas cem vezes e sem garantia que daqui há cinco minutos não vai acontecer tudo de novo. Mas a repetição leva a perfeição.

As crianças tem toda a capacidade do mundo para entender o que é certo ou errado, que tem determinados comportamentos aceitáveis e outros não. Que às vezes é sim e que às vezes é não. Basta falar claramente o que se quer e o que se espera deles em toda e qualquer situação. O Francisco fez escândalo uma vez só no supermercado para comprarmos algo que não havia sido combinado. Fomos firmes no nosso combinado, mesmo com ele berrando alucinadamente e se jogando no chão. Nos mantivemos firmes e quando chegamos no carro eu coloquei claramente que nunca mais queria que ele agisse daquela forma, que quando combinamos algo é para ser cumprido, que não gostamos do comportamento dele e que talvez ele não pudesse mais ir conosco ao super. De lá pra cá, sempre estabelecemos antes o que faremos, o que compraremos, se ele poderá escolher algo diferente ou não e tem ocorrido tudo bem. E mesmo não sabendo até quando, eu prefiro ir agindo desta forma clara e sincera comigo e com ele, pq tenho impressão que desta forma, estou contribuindo para formar uma pessoa mais preparada para a vida, que cá entre nós, não é muito fácil.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O que é isso, mamãe?

O Francisco já está dando os primeiros sinais de que logo, logo estará pronto para abandonar as fraldas. Na escolinha tem um colega que está passando por este processo e o nosso filho resolveu imitar o amigo. E eu que estava pensando em fazer este processo só no verão, tive que dar uma antecipadinha também.
Tirar as fraldas é um processo de independência muito bacana, tanto para a criança, quando para os pais, mas até chegar na fase de não usar mais fraldas de verdade e não deixar nada escapar, vai um bom tempo de treino de paciência, persistência e muitas situações engraçadas.
No domingo passado, eu experimentei deixar o Francisco sem fraldas, apenas de sunga. Ele tomava suco, tomava água e eu perguntando a cada cinco minutos "quer fazer xixi?" e ele sempre dizia "agora não". De repente, ele me diz "eu qué i banhero agóa" e eu fui com ele, mas quando chegamos, já estava todo molhado. Aí eu calmamente expliquei que não tinha problemas, que logo, logo ele ia conseguir chegar em tempo de fazer xixi no penico. Que isso era bem normal. Até mesmo pq ele não estava com um ar de muito preocupado com a situação.
Aí abortei a missão, coloquei a fralda de volta e tudo certo.
Aí na terça-feira, eu estava com ele tomando banho e ele acocado em frente a sua banheira, brincando com seus bonecos e cacarecos todos, enquanto eu tomava meu banho. De repente, eu sinto um cheirinho estranho e percebi que ele estava fazendo uma certa força.
Ele levanta super rápido e bem assustado com tudo o que aconteceu. Afinal de contas o que era aquela coisa marron que tinha saído de dentro dele? Eu fiquei surpresa com a situação de ele fazer cocô no chão, mas ele ficou mais surpreso ainda pq nunca tinha visto o seu próprio cocô naquela situação e até daquela forma, já que na fralda fica bem diferente. Ele me olhava com os olhos assustados e apontando pro cocô dizia, "mamãe, mamãe, ó, ó!".
A vontade de rir era imensa, mas eu percebi que se tratava de algo bem importante pra ele. Então me ajoelhei ao seu lado e expliquei que aquilo ali era o "seu cocô", que tinha saido dele e que quando a gente não usava fralda era assim mesmo. Falei para ele que fazer cocô era normal, que o papai e a mamãe também fazem e que agora íamos colocar na privada e ele ia ir embora e tal, e tal. Aí ele entendeu - ou fez que entendeu - e voltou a brincar.
Este processo mal começou e eu já pude perceber como esta etapa vai ser importante pra que o Francisco consiga mais independência, auto-confiança e auto-controle. E pra gente vai ser um exercício de paciência e de mostrar pra ele que não é pq deixou escapar um xixi ou um cocô um dia, que tu estará perdido.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O que fazer com a culpa?



Ser mãe é um exercício constante de saber lidar com a culpa.

Culpa por ter perdido a paciência.

Culpa por ter alterado o tom de voz. Culpa por ter negado uma bolacha antes do almoço.

Culpa por ter chegado cansada do trabalho e não ter tido tanta vontade de brincar de tocar guitarra, de correr pela casa, de pular em cima da cama, de fazer festinha de aniversário de mentirinha, de brincar de cavalinho.

Mas tem uma coisa que me deixa me sentindo mais culpada do que todas as outras: ter esquecido de mandar ou fazer alguma coisa pra alguma atividade da escolinha do Francisco. Hoje cheguei na escolinha com ele, como de costume e vi que tinha um monte de cavalinhos de brinquedo, destes de cabo de vassoura, em cima de uma mesa. Na hora me deu um click e pensei "meooo deosss" não li o caderno antes do feriado! E não deu outra, hoje era dia da "cavalgada da escolinha" e cada criança deveria levar seu alasão customizado. E o do Francisco não compareceu ao evento. Fiquei a tarde toda pensando nisso, me corroendo de culpa e pensando na cena de todas as crianças se divertindo e cavalgando em seus cavalinhos e o Francisco meio de lado, sem ter como participar. Sei que provavelmente deveria ter algum alasão sobressalente e que o Francisco pôde participar da brincadeira da mesma forma, mas para mim, doeu. E na verdade não importa se hoje os pais são mais ocupados do que ontem, que a grande maioria das mães trabalha fora, chega tarde, nada justifica pra mim o fato de não ter me dedicado e feito o "trabalhinho", ainda mais que ontem era feriado. Mas ok, como diz a minha terapeuta, vamos colocar em prática a terapia do ok. Sei que ao longo da vida, muito outros episódios como estes poderão acontecer e sei que o melhor é não maximizar e nem minimizar demais os fatos. Vamos ter outras oportunidades de mostrar nossos dotes artísticos de reciclagem e trabalhos manuais. Afinal de contas, semana Farroupilha tem todo o ano.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

1 ano e 10 meses. Descobertas e desafios.

O Francisco pega um DVD na estante, vem correndo pra mim e diz com um sorrisão no rosto:
- Mamãeeeeee, Uchu é ligal.
Olhei pras suas mãozinhas e ele estava com o DVD do U2. Nem preciso dizer que quase morri de rir - e de orgulho - dele. E concluí que ele queria dizer que "U2 é legal".
E esta é só uma das pérolas dessa fase do Francisco, que completou há pouco 1 ano e 10 meses.
Ele já está falando umas cem palavrinhas, já formula frases simples, como por exemplo "me dá o mamá!", aliás, esta ele solta tão logo eu entro no quarto pela manhã, tamanha é a sua fome matinal.
Mas tem muitas outras coisas engraçadinhas. Aqueles momentos em que tudo está em silêncio e a gente quase esquece que tem criança em casa, mas aí decide dar uma conferida e quando vê está lá o Francisco dentro do banheiro, fazendo uma obra de arte com giz de cera na tampa branquinha da privada. Aí tu olha pra ele com ar de reprovação e ele solta "dessenho, mamãe".
Esta fase, também tem as imitações. Eles sempre imitam os pais.
Estes dias o Francisco estava fazendo de conta que me dava comida, mas eu disse que não queria e ele fez exatamente como eu faço com ele "ah, mamãe, só um buquinho". Tudo é tão fofo, mas tão fofo, que até pequenas desobediências são relevadas porque acabamos achando tudo uma gracinha e temos até pena de estragar aquele momento repreendendo. Mas é aí que mora o perigo. Mesmo sendo engraçadinho, a criança precisa aprender que tudo tem limite, que não pode riscar a parede, que não dá pra tirar tudo de dentro das gavetas, que não é legal ficar baixando e aumentando o volume do som. Que não é bacana jogar os brinquedos no chão, quando somos contrariados. São formas de mostrar para a criança que ela tem que aprender a lidar com limites e até com pequenas frustrações. E mesmo parecendo insignificante, isto vai fazer toda a diferença quando esta criança crescer e tiver que encarar o mundo com mais propriedade. Neste pouco tempo de convivência com o Francisco aprendi uma coisa: que não dá pra ter preguiça de educar. Tem sim, que falar mil vezes "não mexe aí", "não sobe a escada", "não atira os brinquedos", "não risca a parede", "não bota o dedo na tomada". Não, não, não... serão milhões deles ao longo do tempo, serão milhões de choros e serão milhões de "não adianta chorar, não faremos isto neste momento." E nenhuma criança deixa de amar os pais em função disto.
E com o tempo eu tenho percebido que funciona. É tudo uma questão de comunicação clara.
Lá em casa não tem essa de "come, que te dou um chocolate". Não quer comer, é porque não está a fim, quando tiver fome, vai comer. Na hora do banho, avisamos antes que ele terá mais um tempinho pra brincar e que logo depois chamaremos pro banho. Se chorar na hora? Não adianta. O que foi combinado, foi combinado. A hora de dormir? De segunda a 5a feira é sempre a mesma, nos finais de semana, pode ser um pouco mais tarde. As vezes tem choro, tem briga, mas ficamos irredutíveis e ele acaba entendendo que é assim e pronto.
Os pais precisam mostrar que eles estão no comando e não o contrário. A criança precisa deste norte, caso contrário ela fica perdida. Procuro também dar oportunidades de escolha ao Francisco, como por exemplo, perguntando que brinquedo ele quer levar pra escola, se ele prefere pera ou banana de lanche, se ele quer assistir a um DVD ou brincar no quarto. Aliás, esta foi uma dica da minha irmã, que já tem dois. E com isso a criança vai aprendendo que pode escolher, que pode se manifestar, que pode ter opinião.
Cada fase tem descobertas e inúmeros desafios e vai ser assim pra sempre. Porque para os pais seus filhos serão sempre pequenos e carentes de proteção.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Pérolas que só acontecem nas pracinhas.




No último sábado aproveitamos o raro momento "fim de semana ensolarado" e levamos nossos afilhados Matheus (4) e Laura (1) e o Francisco para brincar na pracinha de Campo Bom. Aliás, os dirigentes de Novo Hamburgo deveriam se "inspirar" na prefeitura de Campo Bom e ver como uma cidade fica valorizada e mais vibrante com praças, ciclovias e parques que os seus cidadãos podem frequentar. Mas este não é o tom deste post. Foi só um desabafo por morar numa cidade que têm muita área livre e pouca vontade de fazer.


Ok, fomos na pracinha. Como foi um dos raros dias lindos deste inverno rigoroso que nós gaúchos temos enfrentado, a pracinha estava tomada de crianças de todas as idades, tamanhos, humores e um monte de adultos acompanhando. Numa observação que não precisava ser muito profunda já deu para observar os mais variados estilos de pais, de tios, de jeitos de cuidar dos filhos, de dar bronca, de cuidar da manha, de acudir quando o bonitinho ou bonitinha cai de um brinquedo ou leva um encontrão de uma criança maior que simplesmente "ignora" aqueles pequenos bebês que só atrapalham, e derruba sem dó nem piedade. Mas também deu pra presenciar algumas coisas muito engraçadas e outras que deveriam ser motivo de vergonha para muitos pais.




1. Tem criança que vai sozinha na pracinha.


Tinha umas crianças aloprando muito, tocando o terror, derrubando os pequenos, querendo puxar briga, furando a fila no escorregador, subindo o escorregador ao invés de descer, enfim, tendo um comportamento pouco sociável com os demais. E aí eu fiquei me perguntando "onde estão os pais destas crianças???". E pode saber que eles estavam ali. Muito provavelmente numa conversa muito animada com alguma amiga, muito provavelmente mãe de outra criança e muito provavelmente nem aí para o que o seu filho fazia. Pracinha não é babá e têm crianças que não se conhecem e que estão vivendo fases muito diferentes umas das outras. Os pais têm obrigação de controlar, auxiliar e dar um "chega pra lá" no seu filho quando ele não estiver sendo bacaninha com os outros.


2. Tem muita mãe sem noção


Estávamos eu e minha irmã sentadas em um banco, ela com a Laura no colo e o Fabricio brincando com o Francisco e o Matheus e uma menininha vinha até nós e dava um bjo ou braçava a Laura. Achei estranho tanto amor, mas minha irmã me disse que elas estão na mesma maternal. De repente, ela vem de novo e fala pra minha irmã, "me dá água, estou com sede", prontamente minha irmã deu e ela bebeu quase meia garrafinha num gole só, tadinha. Aí minha irmã perguntou "onde está a sua mãe?" e agora choquem com a resposta da menina de 7 anos "está ali atrás dando uns pegas num tio". Mellll delllsss!!! Que tipo de mãe abandona a filha a própria sorte na pracinha e vai "dar uns pegas num tio" num cantinho do lugar - e o que é pior, ainda conta isso pra filha? Com certeza foi o momento "choquei" do passeio.


3. Cigarro não combina com pais.


Podem me chamar de tudo: chata, mal humorada, politicamente correta, enfim, mas não posso fazer nada. Acho que cigarro não combina com pais e mães. Pronto, falei. É muito "cachorrão baixo astral" fumar perto de crianças. Tinha um senhor e sua esposa acendendo um cigarro após o outro e soltando fumaça na cara dos pequenos que brincavam na pracinha. O cara levava o filho e colocava no escorregador com o cigarro pendurado na boca. A gente queria lanchar e aquela fumaça medonha invadia a nossa bolachinha, o nosso iogurte, a nossa cara. Bah que saco! E outra, as crianças imitam. Se vêem o pai e a mãe fumando, pq não vão querer fumar também num futuro não muito distante? Até acho que se a pessoa gosta, curte, não consegue largar, ok, mas faz isso sozinha, quando não tem criança por perto.



4. Faça o que eu digo, mas não o que eu faço.


Um pai (o mesmo que fumava sem parar) chama a família para ir tomar sorvete. Até aí tudo inofensivo e queridinho. Sua esposa pergunta "fulanildo, onde tu estacionou o carro?" e ele "na vaga dos deficiente (assim no singular mesmo) e sai puxando duma perna no meio da pracinha tirando sarro e dizendo, "se o guarda me parar eu me finjo". Aí a mulher dele alertou "mas tem que ter o cartão e um adesivo no carro" e ele " eu digo que perdi e que peguei o carro emprestado." Que coisa mais feia, hein? As crianças presenciaram o pai pagando esse mico e devem ter pensado "como meu pai é esperto". Depois como cobrar uma conduta adequada dos pequenos?


Bom, chega por hoje. Essa ida à pracinha foi praticamente um estudo antropológico. Quase daria pra escrever um livro no estilo "Chique" só sobre como manter o "glamour" na pracinha.





quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Ter filhos às vezes é uma comédia.

Eu fiquei um tempão sem postar nada, mas não foi por falta de novidade, podem ter certeza.
Na fase em que o Francisco está é uma novidade atrás da outra.
Mas aconteceu uma coisa tão engraçada esta semana, que eu tenho que dividir com vocês.
Tivemos um assunto super tenso pra resolver na segunda-feira, pois a loja onde fizemos um projeto de armário sob medida fechou e nosso móvel está cheio de problemas. Tivemos que buscar outra loja da marca e contar com a boa vontade de alguém que não fazia parte do problema em resolver.
Então marcamos com o dono desta loja para ele passar lá em casa e ele acabou se atrasando e chegando por volta das 20h30, bem no horário que o Francisco vai tomar banho e se preparar para dormir.
Ele chegou, o meu filho teve um breve (muito breve mesmo) momento "que vergonha deste titio estranho" e logo depois se soltou. Enquanto mostrávamos os problemas do guarda-roupas para o Sr. Régis, o Francisco assistia a nova febre do momento - Patati Patatá - na sala.
Mas volta e meia ele vinha até a porta do quarto e fazia alguma gracinha. Aí entra ele no quarto com o Neimar (o macaco de pelúcia e melhor amigo) pela mão, pega a minha mão e olha pro Fabrício e diz "papai roda titiaaaa". Ele queria que a gente brincasse de roda no meio do quarto, na frente de um desconhecido. Aí expliquei que não daria pra brincar agora, que estávamos conversando com o titio e que era pra ele voltar a brincar na sala. Ele foi. Tempo depois voltou e pediu colo. Aí no colo do Fabricio ficava fazendo caretas para o espelho e morrendo de rir. O tempo foi passando e ele foi ficando meio inquieto pq, afinal de contas, ele já teria que estar de banho tomado e tomando a sua deliciosa mamadeira. Então ele foi pra sala, pensou um pouco e segundos depois entrou correndo no quarto, olhou para o Sr. Régis e disse "titiuô, tchauuuuu". Tipo "já deu. pode ir embora que eu preciso tomar banho." Quase morri de vergonha e de rir. Aí o titio - que já tinha terminado - foi embora e o Francisco pode, finalmente, tomar banho, comer e ir domir.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O seu filho segue você. Simples assim.



Estes dias presenciei uma conversa numa loja de um shopping e não pude deixar de prestar atenção.



Uma mãe comentava com a outra que tinha uma grande dificuldade de fazer o filho de dois anos comer saladas e legumes e que não sabia mais o que fazer, pois o pequeno só queria saber de guloseimas.



Aí a amiga perguntou: mas na sua casa vocês comem salada? E a mãe, prontamente respondeu: Nãããããoooo. Eu detesto salada, legumes. Não como nada disso.



Bom, acho que a defesa não tem mais perguntas.



Quando um bebê nasce, e antes mesmo dele nascer, na barriga mesmo, quem influencia seus gostos e hábitos alimentares é a mãe. A grande maioria das coisas que a mãe consumir na gestação serão preferência do bebê no futuro. Por isso, ter uma alimentação saudável, rica em verduras, legumes e frutas é tão importante para a formação dos hábitos alimentares da criança logo mais. E estudos comprovam que se a mãe engordar muito, ou comer muitos alimentos ricos em gordura, ricos em açúcares, as chances do filho ter problemas de sobrepeso na infância aumentam significativamente. Posto isso, voltemos ao caso da mãe que almeja que o filho seja um apreciador das saladinhas e não come nenhuma. Os pais é que são responsáveis por conduzir este processo com as crianças, até pq elas não têm hábitos pré-estabelecidos.



Elas assimilam o que lhes é oferecido. Se uma criança nunca comeu brócolis, como é que ela vai dizer que não come, ou não gosta? Por isso quando eu ouço "meu filho odeia brócolis", fico pensando até que ponto é o bebê que odeia. Lá em casa por exemplo, temos uma alimentação bem equilibrada, que acabei começando muito antes da gravidez por outros motivos, mas depois incorporei. Como deu certo na gravidez também, continuamos seguindo. Nós temos uma combinação lá em casa: deixamos as "junkisses" (que são uma delícia mesmo) para momentos fora da rotina. Festinhas de aniversário, jantinhas especiais em casa, na casa dos avós, enfim. O resultado disso é que o Francisco come yakissoba, brócolis, moranga, milho, vagem, feijão, arroz, carne com legumes, frutas, não toma refrigerante (aliás, nem sabe o que é e nem pede) e não fica pedindo doces e balas a toda hora. Na hora do lanche entre uma bolacha e uma pera, ele escolhe a pera ou um cacho de uvas. Mas tudo isso vem do fato de ele sempre ver os pais comendo e nos segue. Agora com quase dois anos, ele já faz as refeições conosco e come o mesmo que nós comemos. Então fica muito mais fácil. Claro que existe sim uma questão de paladar. Existem alguns alimentos que a criança pode não gostar "de verdade", mas antes de ter certeza absoluta, serão várias tentativas. Se não gostou de tal alimento refogado, apresenta cru. Se não gostou cru, faz um bolinho e coloca no forno. Se o bolinho não agradou, combina com outro alimento. Ou seja, paciência e persistência, sempre. O importante é entender que os filhos seguem seus pais, pois seus pais são seus modelos e todos nos inspiramos em nossos modelos (para o bem e para o mal). Se os pais não colocam saladas e legumes à mesa, como vão exigir que o filho coma? Se não comem frutas, qual o interesse que o filho vai ter em experimentar? E o mesmo vale para tudo. Se você quer que seu filho respeite, respeite. Se você quer que seu filho atravesse a rua na faixa de pedestre, atravesse. Se você quer que seu filho não fale palavrão, não fale (este vale pra mim diretamente). Educar dá bastante trabalho. Tem que se dispor a preparar um suco na hora, a ir pra cozinha e pilotar o fogão pra não comer só comida congelada. Mas ver os pequenos com bons hábitos alimentares e consequentemente, mais saudáveis vale todo o sacrifício.



terça-feira, 5 de julho de 2011

A difícil arte do equilíbrio.

Ontem recebemos a avaliação do semestre do Francisco na escolinha e lendo com atenção o que as profes falam do meu filhote, parei para pensar na difícil arte de equilibrar a educação de um filho com o lado criança dos pequenos. As profes encheram ele de elogios, disseram que ele é muito afetuoso, carinhoso e alegre, que participa de todas as atividades sempre com muita disposição, que come bem e todos os legumes e verduras e não rejeita nenhum tipo de alimento que é oferecido, que senta à mesa para comer (coisa que poucos aceitam fazer). Falaram que gosta muito de música, que gosta de ler, de cantar, de brincar de montar e desenhar. Basicamente as mesmas atividades que acabamos estimulando ele em casa. Mas também comentaram sobre o fato de ele não lidar muito bem quando é contrariado e no fato de ele perder o controle (seja gritando ou mordendo) quando perde a disputa por um brinquedo ou quando alguma coisa não acontece como ele gostaria. E aí é que mora o tal equilíbrio. Avaliando este relato das profes é impossível não questionar se estamos sabendo mostrar ao Francisco estes limites. É claro que as crianças passam por algumas fases bem características e uma delas é esta mesma: a fase da birra, de tentar impor a sua vontade de qualquer jeito. No entanto, em cada uma delas tem que prevalecer a educação, o fato da criança entender que quem está no comando são os pais e não ela. Mas ao mesmo tempo a linha entre educar e passar o tempo todo gritando ou repreendendo é muito tênue. E muitas vezes, para não passarmos por chatos, acabamos relevando certos comportamentos só para não nos incomodarmos. Mas isto também não é a melhor atitude. De uma forma geral, tenho uma intuição de que estamos no caminho certo com a educação do Francisco. Sempre buscamos mostrar a ele quando ele está errado, o colocamos para pensar quando ele age mal, e sempre procuramos mostrar que quem está a frente somos nós, que a nossa decisão tem que prevalecer na grande parte do tempo. Não aceitamos quando ele não quer comer comida e sim, iogurte ou bergamota. Tentamos ao máximo respeitar o horário das refeições e das atividades, a hora do banho, a hora de ir pra cama e lidamos muito bem com os acessos de birra dele, mostrando que ele não vai conseguir ser ouvido desta forma. E mesmo assim, me pego muitas vezes pensando "será que estamos agindo certo?". "Será que não estamos mimando o Francisco?". "Será que só conversar é a forma mais correta mesmo de educar?" (pq tem dias que dá vontade de passar a mão numa havaianas, né? Enfim, parece que tudo é na base da tentativa e erro. Experimentar e ver o que funciona mais ou menos. Tentar entender também o processo da criança e compreender que apesar de pequenos, eles são pessoas, com vontades e milhões de facetas diferentes e que precisam se expressar e ser ouvidos, que tem momentos de mal humor e que nem sempre vão seguir uma cartilha de procedimentos padrão. Mas o lado bom é que a criança é um HD completamente vazio e vai armazenando tudo o que a gente coloca dentro (bom ou ruim). Então com muita paciência e boa vontade vamos seguindo na direção deste equilíbrio, tentando deixar as culpas de lado e exercitar a arte de educar um filho com amor. Porque ter filhos não é nada complicado, mas educar de casa para o mundo é que é o maior desafio de todos.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Um filho nos ensina a amar alguém além de nós mesmos.

Saramago não poderia ter acertado tão em cheio quando disse:

"filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nosso piores defeitos para darmos os melhores exemplos e aprendermos a ter coragem."

Ontem eu percebi como ser pais nos trasforma em pessoas capazes de tudo e de qualquer coisa para ver o filho bem. O Francisco me chamou ontem, gritando, à 1h30 da manhã e confesso, que pensei ser mais um daqueles pesadelos da madrugada e que logo, logo ele se acalmaria. Mas como isso não aconteceu, fui até seu quarto para ver o que estava acontecendo. Quando entrei senti um cheiro de vômito horrível e quando me aproximei dele, percebi que ele estava completamente vomitado e passando muito mal. Não pensei duas vezes, coloquei ele sobre o tapete e comecei a tirar sua roupa e a limpá-lo, enquanto o Fabricio retirava a roupa de cama suja e colocava uma limpa. O Francisco se tremia de frio e eu tentava fazer tudo o mais rápido possível pra que ele ficasse quantinho logo. Quando terminei de trocá-lo, o Fabricio ficou com ele e logo vi que tudo havia começado outra vez. Mais uma vez ele vomitou, e assim foi durante a próxima hora. Como ele não melhorava, liguei pro pediatra que prontamente atendeu o telefone às 2h30 da manhã. Me passou as instruções e como eu não tinha nenhum daqueles medicamentos em casa, o Fabricio foi buscar, enquanto eu ficava com o Francisco. Neste meio tempo ele passou mal de novo e eu fui acalmando ele, até que ele acabou dormindo no sofá.
Medicamos, e ele vomitou toda a medicação. Comecei a pensar em ir com ele até o plantão, mas a idéia de vê-lo tomar injeção na veia, me dava arrepios (até hoje eu não sei ligar com isso) e eu comecei a rezar para que ele melhorasse e não precisasse ir. Demos mais uma dose de medicação e desta vez ele aceitou. Aos poucos foi melhorando, e relaxando e quando vimos ele havia dormido. Colocamos ele no berço e ele virou pro lado, se abraçou no Neimar (seu macaco de pelucia) e dormiu. Finalmente pensamos que íamos dormir. Mas tão logo eu deito na cama, ele me chama mamãããããããããeeeeeeee e eu corro pro seu quarto. Ele estava lá deitadinho, na mesma posição que eu o havia deixado, então concluí que ele só queria ter a mãe por perto para se sentir seguro. Fiquei acariciando seus cabelinhos e sua testa até que finalmente, ele adormeceu. Me senti tão forte e tão corajosa por enfrentar coisas que há alguns anos eu jamais imaginaria que pudesse. Pensei muito em como é bom ter um marido presente e que pega junto, porque nestes momentos ter apoio torna tudo mais fácil. E fiquei imaginando em como a gente se torna menos egoista depois de se tornar pai e mãe. A última coisa que eu pensava é que eu teria que acordar cedo no outro dia. Eu só pensava no Francisco. Em vê-lo bem, em cuidar dele, em protegê-lo. E ver a sua carinha rosada hoje cedo, cantanto "tumbatá" (tumbalacatubatumbatá) e pedindo "meu mamá, mamãe", foi a maior alegria do mundo e eu nem me lembrei mais da noite horrível que passamos e fui pro trabalho cheia de energia.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Meu afilhado é muito sabido



Criança tem cada uma.

Acompanhem o diálogo que aconteceu no almoço de domingo na casa da vovó Vera e do vovô Fernando.



- Francisco, vamos falar o nome dos animais?

- Si.

- Cavalo

- avalo

- pinguim

- pibim

- coelho

- queio

- passarinho

- rinho

- boi

- boui


aí a vovó diz assim:


- O boi é o marido da vaca.

e o meu sobrinho a corrige, prontamente:

- nãoooooo vovó, o marido da vaca é o Touro.


Essas crianças, são mesmo sabidas.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Inverno = cuidados redobrados com os pequenos.

Antes de eu ser mamis adivinhem qual era a minha estação do ano favorita?
O invernooooooooooo! Isso mesmo. Na minha opinião a gente se vestia melhor, ficava mais bonita, não suava pelas tabelas e de quebra, disfarçava aquelas gordurinhas adquiridas com a gastronomia propícia do frio, usando mais roupitchas, casacos e mantas.
Pois bem, eu disse gostava. Na minha fase mamis o inverno se tornou uma estação totalmente dispensável e eu adoraria passar seis meses no sul e seis meses no nordeste, só pra me espacar do friozão. Mas como não tem como, o jeito é abusar da prudência e excesso de zelo quando o assunto é cuidar dos pequenos. As viroses, amigdalites bacterianas, bronquiolites virais e pneumonias, são problemas típicos do inverno que podem causar grandes estragos nas crianças e acabar com a saúde emocional dos pais. Então, mesmo que possa parecer um pouco de exagero, tomo todos os cuidados possíveis para manter o Francisco sempre muito bem agasalhado e protegido. É claro que a escolinha é um fator completamente incontrolável, pois sempre tem um gripado, sempre tem um com tosse e muitas vezes, tem algum com febre e aí os bichinhos já se espalharam pelo ar e temos que torcer para que a imunidade do filhote seja do tipo ninja e ele não fique doente. Mas nem sempre é assim, e muitas vezes os queridinhos caem de cama e corta o coração vê-los desanimados, acabadinhos e chorosos. Mas fazer o quê? É a vida. Então separei 10 dias bacanas (pra quem já está passando pelo segundo inverno com filho pequeno) pra tentar deixar os males do inverno longe de casa ou pelo menos amenizar seus efeitos.

1. Use e abuse dos bodies de manga longa (aqueles macacõezinhos sem perna) pq eles mantêm as costas sempre cobertas e protegidas do frio. Mesmo que a criança brinque, role no chão e se movimente muito, ele fica ali, intacto.
2. Nos dias muito frios vista os pequenos em camadas: body de manga longa + camiseta + blusão de lã + casaco. Calça de baixo (o famoso cuecão da época das vovós) + calça de abrigo por cima + meia quentinha + tênis
3. Mesmo sob protestos não abra mão da touca de lã cobrindo muito bem os ouvidinhos, pq otite no inverno dá mais que chuchu na serra.
4. Esteja em casa com o pequeno antes das oito da noite. Lugar de criança pequena no inverno é dentro de casa. Logo, logo chega a primavera e o verão e aí vai dar pra recuperar o tempo perdido brincando muito ao ar livre. Se você for do tipo que adora fazer programas com os amigos (como é o meu caso) convide todo mundo pra ir até a sua casa ou faça programinhas diurnos.
5. Para dormir proteja o colchão (que sempre fica geladinho com o frio) com uma mantinha do tipo soft. Assim a cama fica quentinha. Se a criança for como o Francisco que odeia ficar tapado com cobertor, aí o jeito é colocar um pijamão bem de inverno e mais um tip top bem quentinho por cima. Uma coisa que eu descobri e adoro, são aquelas meias de lã até o joelho vendidas em camelôs. Sempre coloco no Francisco pra dormir e como a meia cobre praticamente toda a perna, fica impossível dele conseguir tirar durante a noite.
6. Abuse dos sucos naturais de laranja, de bergamota, de kiwi. Estas frutas que são abundantes e deliciosas no inverno é sempre bom ter na fruteira. Vitamina C nunca é demais.
7. Mantenha o calendário de vacinas em dia, sobretudo a tríplice da gripe, que é tudo para os pequenos no inverno. São duas doses e no posto, sem custo algum.
8. Não abra mão de uma alimentação balanceada, rica em proteínas, carboidratos, fibras, legumes e verduras. Se a criança não é muito aberta a estas bonitezas saudáveis, vale tudo: panqueca verde, laranja e rosa, misturar as verdurinhas num bolo, enfim... criantividade na cozinha é tudo nessa vida e faz milagres na alimentação das crianças. Tudo colorido, tudo divertido, quem resiste?
9. Mantenha a casa sempre aquecidinha no inverno e evite os choques térmicos, sobretudo, no momento de sair do banho e ir para o quarto vestir o pequeno.
10. Acho que essa é uma das mais importantes: abrace muiiiiiiitttoooo e dê muito carinho. Pesquisas recentes comprovam que abraçar libera substâncias que aumentam a nossa imunidade.

É claro que ninguém está livre das viroses e tals, o Francisco mesmo ontem teve febre à noite e amanheceu mega ranhento e com um tosse horrível. Mas a cada inverno que passa, eles vão ficando mais e mais fortinhos e nós mamis, mais e mais felizes.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Para nunca esquecer.

Hoje quando eu estava levando o Francisco na escolinha estava pensando em coisas que eu jamais gostaria de esquecer. Coisinhas fofas que ele faz pra mim, ou demonstra e que eu tenho medo de, com o passar do tempo, ir apagando da minha memória.
Então pra garantir, decidi postar no blog, pq aí um dia eu vou reler e estas lembranças virão novamente com toda a força no meu coração.

Quando ele, mega empolgado com uma brincadeira, solta com um sorrisão no rosto e os olhos brilhando..."iaiaeis" (mais uma vez em Francisques).

O abraço coletivo que ele e o Fabricio me dão quando eu chego em casa e o "uiiiiiiii" que o Francisco fala para dizer que ele está abraçando muiiiitttooo apertado.

A risada dele quando eu tiro suas meias na hora do banho e mordo seus dedinhos dos pés.

O jeito engraçado que ele dança tumbalacatumbatumbatá na hora do banho, esfregando o narizinho dele no meu.

Quando ele me vê indo fazer algo para comer e traz a cadeira junto pra fazer comidinha comigo.

Quando ele coloca uma colherada de comidinha no boca e diz "diiçaaa" (delícia).

Quando ele pega o DVD dos Normais o Filme e aponta a Vani e diz "mamãe".

Os momento de leitura no tapete do nosso quarto, e o jeito sem paciência dele na hora de ouvir a história, eu leio uma frase ele já troca de livro e me diz "gado" (obrigado).

A tradicional brincadeira de cavalinho nas costas da mamãe e do papai, que sempre termina com uma queda em cima do travesseiro e o "iaiaeis", logo depois.

Quando a gente anda de skate nos fundos de casa.

Quando ele pede pra comer "bota" (bergamota) e come umas 3 e pede "maisi"

Quando ele vai até a porta da geladeira e pede "iuti" (iogurte).

O jeito querido com que ele se aninha no meu colo antes do relaxamento com o papai antes de dormir (e amo quando, antes mesmo de relaxar, ele dorme no meu colo, com aquele bafinho quente no meu pescoço).

Sem explicação o sorriso dele e o bom humor quando eu vou até o berço dele pela manhã.

O jeitinho que ele faz a "dança do pinguim" e o jeito que ele pede o DVD "pibim, mamãe"

As mordidas que ele dá na minha perna e na minha bochecha pra expressar que ele está muito feliz.

Amo o seu chulé.

Amo quando ele usa calça jeans skinning e camisa aberta com camiseta por baixo.

Amo quando ele diz "mõem, mõem, mõem" quando quer muito alguma coisa.

Adoro quando ele acorda de manhã e fala manhêêêêêê quatrocentas mil vezes, até eu finalmente ir até lá buscá-lo.

Estou começando a ver que esta lista não terá fim... outro dia eu continuo.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Criança é imprevisível.

Se tem uma coisa que aprendi neste curto tempo em que exercito a arte de ser mãe é que criança é imprevisível. Logo eu, que sempre tive uma mega realização em pensar que eu poderia controlar tudo na vida. O fato é que a partir do momento em que me tornei mãe estou tendo que, gradativamente, me desprender do termo controle, pelo simples fato de que ele não existe mais. Ou pelo menos, não do jeito que eu estava acostumada.
Criança é imprevisível. Quer um exemplo?
Hoje cedo tomei café da manhã e após isso fiz todas as tarefas que usualmente faço até que o Francisco acorde. Ele acordou e eu dei a mamadeira pra ele e arrumei o bonitinho pra ir pra escola (o que no inverno já leva bem mais tempo e exige uma certa dose extra de paciência, minha e dele, tamanha a quantidade de roupas que tem que vestir). Feito isto, ele foi assistir um pouqinho de Baby TV (um canal de bebês da nossa TV a cabo "paraguaia", que aliás só fala espanhol) enquanto eu me maquiava. Terminei meu make, coloquei as "muchis" (mochilas) no carro e peguei o bonitinho pra colocar na cadeirinha, quando ele diz "mamãe, cocô".
Confesso que até pensei em levar ele cocô pra escolinha e lá as tias darem um jeito, mas pelo cheirinho rançoso que subiu, percebi que a troca tinha que ser imediata.
Então pega o pequeno, pega a chave da casa, abre a casa, tira toda a roupa, troca, limpa, bota toda a roupa de novo e aí, sim, lá vamos nós.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Dia das Mães



Ontem foi o dia das Mães e eu não poderia deixar esta data passar em branco no blog.

Antes de eu engravidar eu participava das discussões das "já mamis" e opinava cheia de propriedade, numa visão de quem olha de fora e imagina que sabe o real significado desta missão que é ser Mãe. Como eu estava errada.

Quando eu era apenas filha, eu julgava e enfrentava a minha mãe com a propriedade de alguém que já sabia tudo da vida, que já tinha passado por tudo e com a prepotência de alguém que considera a mãe ultrapassada e que ria por dentro a cada vez que, numa explicação sobre determinado assunto, a mãe falava a frase "no meu tempo..." para demonstrar parte da sua vivência. (Espero estar preparada para passar por isso.)

Hoje, já Mãe, eu entendo finalmente as angústias, as alegrias, os sentimentos controversos, as dúvidas, as culpas, a extrema vontade de acertar, o amor total e incondicional pelo filho e o orgulho de saber que aquele pedacinho de gente está sendo lapidado dia após dia por nós, que jutamente com os pais, temos a responsabilidade de passar noções de valores, de caráter, de respeito, de amor, de amizade, de responsabilidade e tentar achar o limite entre prender e soltar demais. Afinal, os filhos são para o mundo, mas este mundo não está muito apto a recebê-los de braços abertos.

A chegada do Francisco virou meu mundo de pernas pro ar. Estar ao lado dele todos os dias me faz crescer e me experimentar de um jeito que eu jamais imaginei que pudesse ser. Com ele eu sou mais leve, eu tenho sempre uma doçura no olhar, eu sempre entro no quarto dele pela manhã cantando e sorrindo, mesmo que o mundo esteja caindo sobre mim. Perto dele eu sou mais criança, eu tenho mais coragem, eu sou mais forte e mais responsável. Com ele eu voltei a cantar no chuveiro, eu voltei a brincar no chão, eu voltei a andar descalça sobre a grama e a ver um dia de sol como uma oportunidade de descobrir coisas novas. Depois de ser Mãe nenhum dia mais foi igual ao outro e eu sempre aprendo alguma coisa de valor.

Ser mãe é uma missão deliciosa e desafiadora e é por isso que é tão maravilhoso.
Feliz dia das Mães a todas as mamães e a todas as mulheres que estão prestes a entrar para a tresloucada vida das mamis. Sejam bem vindas!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Os 10 mandamentos da Mãe Moderna

Achei em uma edição comemorativa da revista da Tramontina e achei muito verdadeiro.
Então resolvi compartilhar com vocês.

Os 10 mandamentos da Mãe Moderna

1. Não tenha preguiça na hora de educar; não desista de seus princípios diante da insistência das crianças.

2. Cada acontecimento no dia é uma oportunidade de educar ou ensinar algo, mesmo que superficialmente. Fique atenta.

3. Trabalhar, cuidar da casa, administrar a vida familiar e ainda ter tempo pra si é um desafio. Mas não esqueça: o tempo com os filhos é precioso (e delicioso).

4. Muitas vezes, criança aprende mais ouvindo um "não" do que um "sim". Determine limites - eles serão uma bússola para o resto da vida.

5. Seja a melhor mães que VOCÊ pode ser e evite comparações. (esta é especialmente pra mim)

6. Seja professora, mas também seja aluna. As crianças têm muito a ensinar.

7. A tecnologia anda cada vez mais depressa. Não reclame que seus filhos não desgrudam do computador. Apenas dê limites e crie regras para o seu uso.

8. Não se sinta culpada. (isso é impossível heheheh)

9. Evite supervalorizar os erros e imprevistos do seu filho. Crie seus filhos para saberem lidar com as frustrações.

10. Confie sempre em si mesma. Afinal de conta, coração de mãe sempre tem razão.

terça-feira, 26 de abril de 2011

O Francisco é um bebê adolescente.

Passei alguns dias em silêncio digital porque estava tentando assimilar os últimos acontecimentos da minha tresloucada vida de mamis. O Francisco fez 1 ano e seis meses e parece que foi apertado o botão "fora de controle" dele. Aquele lindo menininho que enchia os pais de orgulho por ser uma criança dócil, querida e de fácil convívio, simplesmente virou um pequeno príncipe birrento, chorão e cheio de manhas e vontades. De uma hora pra outra a impressão que eu tive é que eu não estava mais com o mesmo filho em casa. E posso garantir que não estou exagerando. Na 5a feira em pleno momento feriado em família eu levei um prato de pirê de batata e lentilha na minha cabeça. E quem o jogou? O Francisco. Aham. Este mesmo. Num ataque de ira por eu tentar forçá-lo a comer (tá bom isso não se faz) ele não hesitou em me atacar com seu pratinho térmico. A minha reação?
Bati nele pela primeira vez. Depois me senti tão culpada, que chorei. Me senti mal por ter reagido desta forma, fiquei frustrada por não ter feito tudo de uma forma diferente, enfim... perdi minha paz naquele dia.

Depois as coisas foram melhorando, mas a cada ideia contrária a dele era um tapa, uma tentativa de mordida, um brinquedo que voava longe. Gente, que teste de paciência. Paciência. Taí uma coisa que não veio em mim como ítem de série. Mas enfim, Deus não escolhe os capacitados. Ele capacita os escolhidos. E se ele me escolheu pra essa tarefa tão importante e emblemática, tenho certeza de que Ele vai me ajudar a me capacitar melhor.

Mas o Fabricio e eu sempre tentamos manter a lucidez nestes momentos de fúria - confesso que bem mais ele do que eu, pq o meu pavio é bem mais curtinho - mas sempre mostramos ao Francisco o que é errado e não deixamos ele fazer tudo e passar em branco, sem entender o que é errado, o que nos magoa, o que não se deve fazer. Mesmo que isso signifique mais choradeira.
E pesquisando hoje sobre o assunto para tentar auxiliar nesta tal capacitação, eu me deparei com uma matéria dizendo que esta fase, que vai de 1 ano e meio até dois anos, é chamada de "adolescência dos bebês". Ou seja, eles não são mais aqueles bebezinhos inertes que vão para onde os pais forem e fazem o que pais decidem, mas também não estão - e nem se sentem - aptos a tomar suas própria decisões. Realmente é um dilema infantil. Eles - os bebês adolescentes - são tão confusos, que muitas vezes eles nem sabem mesmo o que querem. E isso explica o pedido do Francisco pela "mananinha" (bananinha) e na hora que eu coloco na frente dele ele diz "nãouo". Ai pede o "iuti" (iogurte) e eu trago e ele olha e diz "nãouo". Ou seja, paciência e persistência são palavras de ordem na vida dos pais que pretendem tentar formar pessoas capazes de lidar com as frustrações da vida e com os inúmeros nãos que recebemos ao longo de nossa passagem pelo mundo.
Confesso que depois que li tudo isso me senti bem melhor, pq entendi que o Francisco precisa ser compreendido e auxiliado, pois ele depende de nós (seus pais) para entender como o mundo funciona e que nem tudo acontece na hora e do jeito que gostaríamos.
Aprendi que o que estamos fazendo - dar limites com amor e verdade - é o maior bem que os pais podem dar a seus filhos, pois é assim que se prepara para a vida adulta. E então, me senti um pouco mais capacitada para a minha tarefa. Sei que tenho um longo caminho pela frente e sei que tenho que crescer muito - e amadurecer muito ainda. Mas percebi que tenho ido na direção certa. Que alívio!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Francisques

Francisques é a forma carinhosa com que eu e o Fabricio chamamos o jeito atrapalhadinho e fofo do Francisco tentar se comunicar com as pessoas ao seu redor. Nesta fase de desenvolvimento da fala e ensaio para as primeiras palavras, ele acabou criando um dicionário próprio, que estamos tentando montar para aprender a entender melhor o que ele quer dizer. Por exemplo: Utaaaaiiisss - é o coleguinha Lucas Auiiii - é o coleguinha Arthur Bábaba - é a dinda Barbara Aeuiiis - é o primo Matheus Atuuu - é pato Boíaa - é bolinha Oee - é o ventilador do quarto Ananinha - é bananinha Uti - é iogurte Iene - é a tia Irene da escolinha Taína - é a Profe Karina Dita é a Drika e a Dita - as duas ele chama igual Laua - é a prima Laura Tau-tauôôô - é quando ele quer sair/ passear Sasseeee - é com licença (ai, como é educado) Bumbumôôô - é carro, caminhão, coisas que andam sobre rodas Au-auuôôô - é tudo que é tipo de bicho com 4 patas ou algo que parece um cachorro E assim a gente vai...aprendendo e entender o jeitinho dele e tentando estimulá-lo pra que ele fale cada vez mais... mesmo que seja Francisques.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Eu amo rotina.

Sempre me considerei uma mulher moderna e mega descolada, que vivia um dia de cada vez e que adorava que eles fossem sempre um diferente do outro. Sempre enchi a boca para dizer que detestava rotina, que a vida precisa ter muita novidade e que pra gente se sentir vivo precisava ser pego de surpresa pela vida. Depois que eu me tornei mãe, a minha visão de rotina mudou completamente. Eu descobri que A-M-O rotina. A rotina na vida dos pais e na vida da criança é tudo de bom. Amo que o Francisco vá dormir sempre às 21h30, pq sei que depois disso eu posso planejar meus outros momentos do dia (mulher, esposa, amiga, irmã, dona de casa, chef de cozinha, sem nada pra fazer ou com tudo pra fazer). Adoro ter o momento de chegar em casa, de dar aquela batidinha na porta e ouvir lá de fora as risadas do Francisco e sua voz cheia de alegria dizendo "mamãeeeeeeee". Amo saber que das 19h30 às 20h30 eu, o Fabricio e o Francisco vamos brincar, correr, dançar, desenhar, fazer cosquinhas, ler um livrinho ou simplesmente ficar assistindo ao "iaiê" e cantando. E é revigorante saber que depois de tudo, tem o momento de curtir a vida de casal, conversar sobre o dia, rir das histórias, fazer planos pra frente ou simplesmente relaxar. É bom saber que o Francisco acorda sempre no mesmo horário pq até lá eu consigo tomar café, arrumar a casa, lavar e secar os cabelos, e só então ele me chama pra tomar mamadeira. E enquanto ele mama, eu me visto, me maquio, coloco as muchis (mochilas) no carro e depois arrumo ele pra escolinha. Esse sincronismo parace meio doentio, mas não é. É mega saudável pra todo mundo. Ter rotina organiza e torna tudo mais fácil e mais leve. Quer um exemplo? Fazem três dias que o Francisco está com probleminhas pra dormir. Não sei se é a mudança de estação, se está prestes a pegar uma virose ou se simplesmente não tá numa vibe muito boa, mas o fato é que há 3 dias ou ele acorda muito mais cedo de manhã ou ele acorda mais de uma vez no meio da noite chorando. Só isso, me fez perder um pouco da minha paz, ficar de mau humor e ter a impressão de que tudo começou errado no meu dia. Claro que nem a gente, nem as crianças somos robôs que respondem mecanicamente a tudo, mas na maternidade eu percebi que ter rotina não faz mal nenhum e que pode até ser muito boa pra saúde. Espero que hoje o Francisco durma melhor e eu e o Fabrício também, pq o sono da noite pra mim sempre foi fundamental.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Já pra cadeirinha, pensar no que tu fez!

O Francisco está numa fase complicadinha onde ele quer impor a sua vontade, não importa como. Pode ser chorando, fazendo beiço, atirando alguma coisa no chão ou, a mais nova forma, dando tapa. A minha terapeuta sempre me fala que com criança pequena temos que usar de uma linguagem de poucas palavras e muita firmeza, pq eles não entendem grandes divagações sobre um determinado tema, imagina, um sermão. Então quando um dia o Francisco me deu o tal tapa, eu segurei firme na mão dele e disse "não machuca a mamãe" e ele não fez mais. E é assim que eu tenho feito: seguro ele, olho firme nos olhos e repreendo o que ele fez de errado. Às vezes funciona, e às vezes não. Mas confesso que em casa e quando está conosco, nos momentos em família, com avós, primos, dindos e tios o Francisco não é o tipo de criança que tem ataques de birra frequentes. Ele é bem carinhoso, superafetuoso e dificilmente cria atrito quando entende que tal briga ele não vai vencer. Mas na escolinha fazem duas semanas que o Francisco tem tido alguns rompantes de raiva e tem dado tapas, nos coleguinhas, e até na profe. Ontem mesmo a profe falou pro Fabricio que ele havia dado um tapa nela e tinha ido pra cadeirinha de pensar. Hoje fui falar com ela e descobrir o motivo e ela me contou que ele quis defender uma coleguinha que estava sendo colocada de castigo. Gente, fiquei até com vontade de dizer "que amooooooooorrrr", mas sei que isso não é bacana e que se ele não for contido agora, depois ninguém segura. Mas estes toquinhos são tão chantagistas, tão fingidos e ao mesmo tempo tão fofos, que muitas vezes ganham a gente com um simples olhar ou com uma gracinha. Sei por mim. Quantas vezes eu estou para repreender o Francisco e ele olha pra mim e aponta alguma coisa (mudando totalmente de assunto) e diz "óiaaaaaaaaaaaaaaa" (olhaaaa, na lingua dele). Eu tenho que me segurar pra não rir. Tenho vontade de amassar o meu alemão. Mas tento me manter firme, assim como o Fabricio também, para ir mostrando quem é que manda. A cadeirinha de pensar é bastante usada na escolinha e está começando a ser usada lá em casa (mas neste caso é o sofá), só que pelo visto vai ter dias em que o Francisco vai ir umas 10 vezes pensar, pela frequencia com que ele tem testado os nossos limites e os dele também. Mas ok, os pais tem que ter uma paciência ilimitada e saber que a terapia da repetição é algo que tem que ser feita com as crianças até que elas entendam e respeitem determinadas regras e aprendam que nem tudo acontece na hora e como elas querem. Este exercício é um investimento no futuro e eu confesso que tenho mes esforçado muito para não substituir a cadeirinha de pensar pela minha havaianas.

terça-feira, 22 de março de 2011

O que faz um Francisco de um ano e cinco meses?

O Francisco acaba de ultrapassar a barreira do 1 ano e cinco meses.
É verdade, passa muito rápido. Eu diria - com um leve exagero, típico da minha pessoa - que é praticamente supersônico o desenvolvimento de uma criança.
E esta fase em especial está sendo cheia de novas descobertas sobre quem é o Francisco.
Ele já dá sinais de sua personalidade, já demonstra claramente o que agrada e o que não agrada, está ensaiando alguns exercícios de chantagem explícita e começa a tomar o seu lugar no mundo.
Nesta fase muitas coisas acontecem.
A criança vira uma tagarela e começa a falar muito e a todo momento. Algumas já falam muitas palavras corretamente, e lá no meio tem alguma que não tem pé nem cabeça. O Francisco fala Francisques na grande maioria das vezes e, vez por outra, solta palavrinhas corretas (ou quase).
Francisco é "cicisco".
Bolinha é "boinha"
Olha é "óiaaaaaaaaa" (bem assim, tipo ninja)
Não é "nã"
Sim é "si"
Cachorro é "au, au" e às vezes "caorro"
Carro é "bum bum"
Pai é alguma vezes "põeeemmmm", mas quase sempre pai ou papai
Mãe é manhê, mõeeemmm, mamãe dependendo do momento
A contagem de um a dez é assim "u", "dô", "teis", "ca", "cinfo" (adoro), "se", "sé", "o", "nó", "téisssssssssss" (bem assim, com muitos ssssss)
Pra dizer que tá com fome ou pra dizer que quer comer o que o outro tá comento é "mamamm"
Pra pedir alguma coisa é "dá"
Pra pedir pra escovar os dentes é "detis" (mas isso é só uma vez ao dia e olhe lá)
Pra colocar o DVD da Xuxa ou qualquer outra coisa que tenha música e dança é "iaiê" (confesso que tenho sempre feito de conta que entendi que é alguma coisa que tenha música e dança)
Pra pedir silêncio ele coloca o dedinho indicador na boca e faz "shhhhh" (pode?)
Enfim é tanta coisa que às vezes quando a gente menos espera ele sai com alguma inesperada.
Filho é diversão ilimitada. Tá bom, até chegar na adolescência!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Quando ele só quer a "mõemmm"?

Quem acompanha o blog deve lembrar de um post meu cujo título era "quando ele só diz papai", em que eu contava o meu desapontamento pelo fato de o Francisco só dizer "papai" e nunca, jamais, esboçar o tal e mega esperado "mamãe".
Alguns meses se passaram e não é que agora ele só quer a "mõemmmm" dele? Vocês não tem noção. É a palavra mamãe dita quatrocentas mil vezes por dia, de todas as formas possíveis, tons de voz e caras e bocas, de acordo com o desejo do momento:
- "manhêêêêêê", quando quer que eu busque ele no quarto pela manhã para dar bom dia e a mamadeira, claro.
- "mãeeeiiiinnnnnn" (acompanhado de um leve beiço), quando quer algo que eu não estou muito a fim de dar ou fazer naquele momento.
- "mamãe", quando ele toma banho com o Fabri e quer me avisar que está pronto para e buscá-lo pra secar.
- "mãeeeeeeeeeeeeinnnn" (com um misto de choro e birra) quando só pode ser eu e mais ninguém no mundo.
E claro que se de um lado tem uma mãe toda boba e feliz por ter se tornado, de um dia pro outro, simplesmente a última bolachinha do pacote na vida do filhote, do outro lado existe um pai mega preocupado das razões deste repentino momento "pai invisível".
Eu confesso que estou amando. Até porque tive um período muito complicado em função da depressão pós parto em que eu não me sentia nenhum pouco apta a cuidar do Francisco. Um simples chorinho dele me arrepiava dos pés a cabeça e meu coração parecia que ia saltar do peito. Era um pavor, um terror tão grande, que eu só pensava em sair pela porta e abandonar tudo, até a mim mesma. Mas tenho a sorte de ter um marido amoroso e sensível e amigas maravilhosas que perceberam que eu não estava bem e me convenceram a procurar ajuda. Foi o que eu fiz e daí pra frente pude, dia após dia, ir recuperando o meu espaço de mãe, recuperando a confiança, o amor pelo Francisco e por tudo que representa ser mãe. E hoje eu me sinto plena como mãe, confiante, amo o meu "lemãozinho" com toda a força do meu coração e acho que ele também sentiu isso e resolveu recuperar o tempo perdido. Estamos nos amando, esta é a pura verdade. Ele me descobriu mãe, eu me descobri mãe e estamos nos descobrindo agora de uma forma que ainda não tinha acontecido.
Mas assim como tudo na vida de um bebê, e diria mais, como tudo na vida dos seres humanos, tudo são fases. Os bebês comprovadamente passam por um momento "minha mãe é tudo e somos inseparáveis", mas isso passa. Pode levar um tempinho, mas passa. E depois vai chegar aquela fase em que o pai é o herói megablastertudo no mundo, companheiro das brincadeiras mais iradas, das idas ao futebol, do pastel frito com cola-cola que a mãe sempre resmunga e não quer comprar, das travessuras que só o pai sabe, enfim, toda aquela cumplicidade só de meninos, de pai pra filho. O importante é se manter disponível pro que der e vier.
Pai e mãe é pra sempre.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Pediatra e religião não se discutem.

Na 3a feira fui jantar com minhas amigas, uma delas prestes a entrar para a maravilhosa e tresloucada vida de mamis, e entre fofocas, risadas, olhares para o vestido de uma, a blusa da outra, o cabelo do outro e é, claro, dicas pra futura mamãe e filhos, quando percebi estava numa discussão feroz com a minha amiga sobre o padiatra do Francisco, que no caso, é o mesmo do Arthur, filho dela.
Eu me peguei defendendo ele com unhas e dentes e ela irada com várias situações em que ela se sentiu prejudicada e mal assistida por ele. Chegou um momento em que eu parei.
Pediatra e religião não se discutem. O que funciona pra uma mãe, pode parecer um absurdo pra outra e por aí vai.
Quando eu escolhi o pediatra do Francisco eu só queria uma coisa: que ele me garantisse e jurasse pela sua própria mãe que iria sempre atender o telefone, em qualquer dia, horário, local, seja final de semana, feriado ou dia santo. E o primeiro que me disse com um olhar que eu considerei sincero "sim, eu prometo", eu intitulei o pediatra oficial do Francisco.
E de lá pra cá não tive nenhum problema mais sério. Ele já me atendeu às 2 da madrugada, no domingo, no sábado de manhã, na praia, no meio de uma festa... enfim, por enquanto segue cumprindo com o prometido. Mas eu já briguei com ele, já achei ele um grosso algumas vezes, já fiquei mega chateada por ele sempre me dizer a mesma coisa quando o Francisco tinha febre: "observa durante 3 dias e vai medicando de 4 em 4 horas, se não ceder, tráz ele pra eu ver". Gente, falar isso pra mãe de um bebê, sendo ele seu primeiro filho é muita crueldade. Eu já obedeci muito o pediatra do Francisco e eu já omiti muita coisa dele - sabe aqueles segredinhos inconfessáveis e inofensivos? E a gente segue assim, em harmonia até então. Mas fica a dica: pediatra e religião não se discutem.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

As expectativas insanas.

Domingo passado eu tomei uma importante decisão na minha vida: decidi retornar à terapia. Vocês não fazem ideia de como foi difícil chegar a esta conclusão e admitir que eu sou um ser humano complexo e completamente falível. O que aliás, é absolutamente comum a todas as pessoas humanas da face da terra, mas para mim é muito complicado admitir. Eu que sempre tive certeza de tudo, que sempre controlei tudo, que sempre tive total autonomia da minha vida, depois de me tornar mãe, me vi numa situação em que não controlo mais absolutamente nada. E esta falta de entendimento sobre este novo momento estava me levando a um nível de estresse - e às vezes de chatice - extremos, que não estavam contribuindo em nada na minha casa, no meu trabalho, na minha vida amorosa, na minha relação com meu filho.
Quando a gente decide ser mãe tem naquela visão romântica da maternidade: aquele bebezinho rosado, gordinho, que dorme o dia todo, mama em intervalos regulares de 3 horas e de vez em quando chora um pouquinho por causa de cólica. Só que como eu mesma falei, esta é uma visão romântica da maternidade. Aquele bebezinho não é um robô. É uma pessoa de carne e osso, com sentimentos, com vontades, com medos, que está sendo apresentada ao mundo através das nossas mãos e infelizmente - ou felizmente - nem tudo acontece dentro das nossas expectativas e desejos. E quando não conseguimos lidar com situações que fogem do nosso roteiro de perfeição e felicidade, nos sentimos culpados, frustrados e até podemos nos questionar se temos mesmo vocação para MÂE. E quando para ajudar, algumas pessoas fazem questão de também questionar a nossa competência materna, aí é que a coisa complica. E foi neste momento que eu voltei pro divã. Para descobrir que não existe boa ou má mãe, que o que existe, no meu caso, é uma pessoa tentando dar o seu melhor e aprendendo uma tarefa completamente nova e cheia de desafios. Voltei pro divã para entender que ninguém é feliz cem por cento do tempo, nem mesmo as mães. Para entender que neste momento só o que eu preciso fazer é relativizar as situações e sempre tentar enxergar pela ótica do Francisco: um menininho de pouco mais de um ano que ainda não sabe se expressar com palavras, mas que já consegue demonstrar tudo o que sente, basta prestar um pouquinho de atenção. Voltei, para entender que o meu tempo é diferente do tempo da mãe "A", da mãe "B" e da mãe "C" e que nesta coisa de maternidade não existe certo ou errado, existe o jeito de cada um e a forma como cada um encara as coisas. Retomei a terapia para entender que sentir raiva e culpa é absolutamente normal, desde que busquemos os reais motivos, porque ter tido um dia ruim no trabalho ou ter passado o dia todo com dor de cabeça não são motivos para perder o controle com o filho e o marido por motivos bobos e totalmente administráveis. Descobri que eu sou numa mesma pessoa mãe, profissional, mulher (no sentido mais sensual da palavra, pq mães também transam), esposa, amiga, irmã, filha, dona de casa e que muitas vezes tenho que organizar o meu dia de 24 horas para que cada uma destas pessoas que citei tenha o seu momento. O que pasmem, não é tão difícil assim. Desde que retomei pro divã se passaram apenas duas semanas, mas foi o suficiente para haver uma verdadeira revolução na minha vida. Voltei a minha leveza habitual. Voltei a ser aquela mãe moleca e espivitada que eu andava questionando e que percebi que essa sou eu. Estou amando encontrar em mim uma paciência que eu achava que não tinha vindo como ítem de série e confesso que tenho sentido orgulho desta evolução tão bacana. Sei que o autoconhecimento - na maternidade ou em qualquer momento da vida - é um passo fundamental para sermos melhores nas nossas relações e no caso da maternidade, formar pessoas melhores, já que sabemos que os filhos são resultado dos pais.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A hora do terror.


Quem olha esta carinha linda, este sorriso fofo e este brilho cheio de travessura no olhar, não imagina que por trás de toda esta ternura pode haver um "pequeno monstrinho" adormecido de vez em quando.
Quando o pediatra do Francisco me disse que a partir de 1 ano e pouco começariam os ataques de birra eu nem sequer imaginava qual a proporção destes tais "ataques". E pode começar de repente. É uma soneca mal dormida, uma quebra muito grande na rotina, um simples "não" ou até o fato de querer dizer algo que os pais não estão entendo...e pronto, começa o terror. Pode parecer um pouco de exagero, mas eles - os bebês - choram tanto, mas tanto, que é capaz de um vizinho desavisado ligar pro conselho tutelar e denunciar espancamento ininterrupto de várias horas. O rosto fica vermelho vivo, a testa franzida, numa expressão de total desacordo com tudo e nesta hora nem o DVD da Galinha Pintadinha ou do Patati Patatá, ou até a visita pessoal da Super Nanny, são capazes de conter a fúria dos pequenos. Confesso que é muito complicado raciocinar no meio do terror. Com tanto berreiro e gritaria, às vezes da vontade de chorar também, mas aí temos que tirar paciência sei lá de onde e tentar se colocar no lugar do filhote enfurecido para saber qual seria a melhor solução nesta hora - pacífica, é claro. E às vezes é muito simples: uma volta na quadra, levar a atenção pra outro lugar, no caso do Francisco, um potinho cheio de uvas - isso mesmo, um potinho cheio de uvas é um super calmante para o Francisco. Ele senta na almofada e vai comendo uma a uma e quando vemos, passou. Ontem mesmo ele teve um mega ataque master blaster, e foi pq ele dormiu demais em um momento que normalmente não dorme. Só que não teve uva, não teve DVD, não teve conversa... o único jeito foi a fórmula banho + mamadeira + cama. Mas hoje ele já acordou um docinho, todo querido e sorridente, dizendo maêêêêê!!!!! e começamos tudo da estaca zero de novo. Mas tirando estes pequenos momentos em que parece que aquele lindo bebê está totalmente out of control 90% dos momentos são de ternura, brincadeiras, travessuras e muito amor e carinho. E como o Fabrício mesmo diz, é no momento em que estamos mais descontrolados que precisamos de mais e mais amor.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O primeiro verão do Francisco.

Eu estava louca pra postar algumas coisinhas sobre as primeiras aventuras do Francisco na praia. No ano passado ele era muito bebê e eu e o Fabrício não víamos a hora de vê-lo descobrir o mar, brincar na areia e se aventurar nesse mundo totalmente novo: a praia.
Em nossas primeiras férias, passamos a primeira semana sozinhos na casa dos meus pais e tão logo levamos o Francisco pra praia e ele pisou na areia e sentiu a água geladinha encontrando seus pés, deu aquele sorriso lindo e serelepe que só ele sabe dar. Um sorriso de quem está fazendo algo incrível, inacreditável. Então eu constatei que a gente teria que ficar muito de olho nele, pq ele não teve medo e queria soltar a nossa mão para encontrar o mar sozinho. E ele não queria ficar na beirinha, não. Queria se molhar muito e quando levàvamos ele mais pro fundo a ponto de molhar as perninhas, ele sacudia as pernas sem parar e ria sem parar. Um amor.

É claro que ir com um bebê pra praia, mesmo que ele já caminhe e tudo, exige uma certa preparação e uma dose extra de paciência (que eu confesso, não tenho muita) para enfrentar algumas resistências: passar protetor é uma coisa que sempre foi feita sob muito protestos, choros e chutes. Passar no rosto então, é garantia de muita reclamação.

Depois disso resolvido, tem toda a preparação de tudo que tem que levar pra praia e aí a gente tem:
- mochila com roupas extra e fraldas e pomada de assadura e lenços umedecidos
- mochila com toalhas, cangas, paninhos
- mochila de suprimentos: água, suquinho, bolachinha, fruta
- guarda sol
- cadeira (estamos levando só uma, pq afinal, ou o pai ou a mãe senta, pq um está sempre atrás do Francisco)
- ah , sem esquecer NUNCA o saco de brinquedos (baldinho, pazinhas, bichinhos para fazer escultura na areia, potinhos diversos, enfim...um pouco de entretenimento à beira mar). Se bem que também estou até revendo este ítem, pq o Francisco durante as férias, sempre preferiu brincar com o brinquedo das outras crianças (dizem que a grama do vizinho é sempre mais verde, né?).
Aliás, este é um episódio engraçado, pq ele chega chegando. Vai no guarda-sol do amigo ou amiga e sem cerimônia vai se sentando e pegando alguma coisa pra brincar. E ele brinca um tempo, dá uns sorrisos (acho que pra agradecer), levanta e dá "tchau, tchau" partindo em direção a um guarda-sol mais divertido.
Também estamos tendo atenção especial aos morrinhos do seu salva (vidas): o Francisco ama derrubar os morrinhos, na verdade ele se joga em cima com tudo e destrói o trabalho do coitado do seu salva. Como já levei mijada, agora quando ele ameaça ir pra área de destruição eu dou um jeito de oferecer milho (ele amou) pra ele desistir da aventura proibida.
Enfim, este início de verão foi só o começo de tudo que vamos aprontar juntos.
Assim que eu baixar as fotos (o francisco de sunga vermelha é algo incrivelmente fofo), posto pra vocês verem.
Bjus

Coisas de Matheus


Pro meu sobrinho de 3 anos...


...sabonete é "samunessi"

... rena (a do papai noel) é "reina"

... e o Papel Noel mora no "Paulo Norte"


criança é mesmo um barato!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011