sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Onde eu fui parar?

Nas últimas semanas eu passei por uma espécie de crise existencial envolvendo meu lado mãe e meu lado mulher. Sabe quando tu não te acha? Eu fiquei me perguntando "onde eu fui parar?". Acho que com a chegada do Francisco eu acabei mergulhando de cabeça na questão da maternidade e todas as mega funções intermináveis que ela traz consigo, que acabei me esquecendo que eu sou uma pessoa, uma mulher, alguém de carne e osso que também tem as suas necessidades, seus momentos, sua vida paralela. Eu me peguei indo das tarefas com o Francisco, para as tarefas do meu trabalho e das tarefas do meu trabalho, para as tarefas com o Francisco. Todo o resto ficou escondido embaixo deste turbilhão de rotinas e mais rotinas. Nem vontade de curtir meu marido eu tinha mais. É claro que antes que a vaca fosse para o brejo eu fui correndo pro colo da minha terapeuta chorar minhas pitangas e acabei ouvindo o que eu já imaginava: que isso só dependia de mim. Buscar o meu eu de volta e equilibrar todas estas vidas: mãe, dona de casa, profissional competende, esposa dedicada, mulher sensual e com uma vida conjugal plena. Mas vamos combinar que é coisa que não acaba mais né? Fiquei cansada só de listar tudo hehehehe Mas é isso aí mesmo. Cada uma dessas vidas sozinhas não tem a menor graça, nem mesmo ser mãe tem graça se todos os outros lados não existirem. Um dia os filhos crescem, tomam outros rumos e se a vida dos pais foi só ser pais, acaba ficando um vazio enorme do tipo "o que aquelas pessoas fazem ali naquela casa, olhando uma para a outra?" e isso é o caos, o fim do casamento. Se o lado afetivo/conjugal fica de lado (leia-se fazer sexo, ir ao cinema, jantar fora, passar o final de semana sem o filho, se curtir, se admimirar como homem e mulher, entre outras coisinhas ótimas), as chances de um casamento dar certo depois dos filhos é praticamente nula. Por isso que muitos casais optam por não ter filhos e por isso que muitos casais se separam nos primeiros anos de vida dos filhos. Ontem eu estava lendo uma matéria na Crescer deste mês que falava exatamente disso: da dificuldade de retomar a vida paralelo a maternidade/ paternidade. A grande maioria dos pais e mães passa por isso. Uns sobrevivem, outros não. Eu quero ser uma sobrevivente! Então arregacei as mangas e comecei todo um processo em busca deste equilíbrio. Às vezes a maternidade não é nada romântica.

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