quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O que fazer com a culpa?



Ser mãe é um exercício constante de saber lidar com a culpa.

Culpa por ter perdido a paciência.

Culpa por ter alterado o tom de voz. Culpa por ter negado uma bolacha antes do almoço.

Culpa por ter chegado cansada do trabalho e não ter tido tanta vontade de brincar de tocar guitarra, de correr pela casa, de pular em cima da cama, de fazer festinha de aniversário de mentirinha, de brincar de cavalinho.

Mas tem uma coisa que me deixa me sentindo mais culpada do que todas as outras: ter esquecido de mandar ou fazer alguma coisa pra alguma atividade da escolinha do Francisco. Hoje cheguei na escolinha com ele, como de costume e vi que tinha um monte de cavalinhos de brinquedo, destes de cabo de vassoura, em cima de uma mesa. Na hora me deu um click e pensei "meooo deosss" não li o caderno antes do feriado! E não deu outra, hoje era dia da "cavalgada da escolinha" e cada criança deveria levar seu alasão customizado. E o do Francisco não compareceu ao evento. Fiquei a tarde toda pensando nisso, me corroendo de culpa e pensando na cena de todas as crianças se divertindo e cavalgando em seus cavalinhos e o Francisco meio de lado, sem ter como participar. Sei que provavelmente deveria ter algum alasão sobressalente e que o Francisco pôde participar da brincadeira da mesma forma, mas para mim, doeu. E na verdade não importa se hoje os pais são mais ocupados do que ontem, que a grande maioria das mães trabalha fora, chega tarde, nada justifica pra mim o fato de não ter me dedicado e feito o "trabalhinho", ainda mais que ontem era feriado. Mas ok, como diz a minha terapeuta, vamos colocar em prática a terapia do ok. Sei que ao longo da vida, muito outros episódios como estes poderão acontecer e sei que o melhor é não maximizar e nem minimizar demais os fatos. Vamos ter outras oportunidades de mostrar nossos dotes artísticos de reciclagem e trabalhos manuais. Afinal de contas, semana Farroupilha tem todo o ano.

2 comentários:

  1. Amiga!! Adorei o post!! Mas fica tranquila que o Francisco deve ter encontrado uma maneira de entrar na dança, ou melhor, na cavalgada!! Teu post fez eu lembrar de uma história que a minha mãe sempre conta: Eu tinhas uns 5/6 aninhos e sai com umas amiguinhas, e a mãe delas, no centrinho de Imbé, e voltamos, eu e as amiguinhas, cada uma com um catavento feito de papel brilhante e pauzinho de madeira. A minha irma, que não tinha ido junto (que devia ter 2/3 aninhos), não se deu por vencida e, quando a minha mãe viu, estávamos todas correndo com o catavento empinado na mão e a minha irma atráz com um mata-moscas, bem feliz e contente!!!!

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  2. Hehehehe....muito boa Silvinha ! é isso mesmo, as crianças dão um jeitinho pra tudo, são muito criativas. Superam facilmente as dificuldades e até mesmo as imperfeições de seus papais.

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