segunda-feira, 5 de março de 2012

Depressão pós parto: como lidar com esse inimigo das mães?

Tenho uma prima que acaba de ter bebê e ontem quando fui visitá-la voltei no tempo e me lembrei de como foram difíceis os três primeiros meses da minha vida de mãe. Por mais que eu tenha planejado a minha gravidez, por mais que eu tenha lido e me informado a respeito em livros, revistas, nas conversas com as minhas amigas já mães, nada disso se compara a ser mãe de fato.
E cá entre nós, a grande maioria das pessoas faz que esquece - ou até já esqueceu mesmo - o quanto este início é complicado. O tornar-se mãe vai muito além do momento parir. Diferente do que muitos dizem, quando nasce um bebê não nasce uma mãe. Isso leva tempo e talvez leve uma vida inteira. Aquela pessoinha que saiu da gente é completamente desconhecida, assim como nós somos desconhecidos para ela. São tantas as mudanças, de autonomia, de controle sobre as coisas, de responsabilidade, de hormônios, da relação de casal, da relação consigo mesma, que fica complicado saber lidar com tudo isso ao mesmo tempo. E quando no meu caso, a depressão comum nas primeiras 48 horas começa a se estender por dias e dias, tem que ligar o alerta vermelho. No meu caso eu demorei a admitir que eu estava em depressão pelo simples fato de não aceitar que uma pessoa (no caso eu) que está passando pelo momento mais sublime da sua vida possa se sentir triste 99% do tempo. Mas o Fabrício percebeu e ele tomou as atitudes que eu não teria tomado: chamou minhas amigas psicólogas e fizemos uma primeira consulta, ali mesmo na sala de casa e elas me convenceram de que eu precisava de ajuda profissional, que não conseguiria sair disso sozinha. Eu tremia cada vez que o Francisco chorava, eu não comia nada o dia todo, eu chorava sem parar e eu pensava o tempo todo que ser mãe tinha sido um erro. E na verdade tudo isso nada mais era do que um descompasso químico no meu organismo que foi resolvido em questão de alguns dias com medicamento (e nem eram dos mais fortes). Em quinze dias eu era uma nova pessoa. Mais segura, mais leve, mais consciente das minhas limitações e das minhas virtudes e quanto mais o tempo passava, mais forte eu me sentia, mais conhecimento sobre o jeitinho do Francisco eu tinha e as tarefas foram ficando cada vez mais fáceis. E hoje, quando olho pro meu jeito de lidar com o Francisco (como se eu estivesse me vendo de fora) sinto certo orgulho do tipo de mãe que eu estou me tornando (pq eu tenho ainda muito, muito a aprender ainda) e de como a maternidade é sim algo sublime. Depressão pós parto é muito comum, mas se tratada adequadamente, passa. Maternidade é para toda a vida.

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