quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Um dia de péssima mãe.

Desde que me tornei mãe tenho aprendido que a culpa é item de série na vida da gente. 
Mãe se culpa por tudo. Quando repreende um filho mais fortemente. Quando não consegue fazer uma refeição equilibrada por falta de tempo e deixa o filho comer qualquer coisa rapidinha de fazer. Quando não consegue contar uma história antes de dormir. Quando esquece de ler a agenda da escola. Quando esquece de comprar o presente de aniversário do amiguinho. Quando não manda suco no lanche. Quando não consegue brincar por que está podre de cansada. Quando deixa escapar um palavrão. Quando levanta a voz. Quando não tem paciência pra responder uma pergunta difícil (ou até uma fácil).
Eu poderia ficar aqui horas listando pequenas, médias e grandes coisas que nos enchem de culpa.
Mas quando eu tive meu segundo filho, proporcionalmente, minha culpa aumentou. Assim como proporcionalmente aumentou a quantidade de coisas para fazer, lembrar, arrumar, organizar, limpar, guardar e carregar. E isso que lá em casa somos super a favor da divisão de tarefas e todo mundo faz de tudo um pouco. Mas a impressão que tenho é que estas tarefas a mais não são compatíveis com minha memória. O pediatra dos guris já diria "viu? foi ser mãe depois de velha!"
E hoje eu tive um daqueles dias em que me senti uma péssima mãe. 
Esqueci da mochila da natação em casa, quando o Francisco adora nadar e o Fabrício já tinha deixado ele de sunga por baixo do uniforme, antes de sair pro trabalho. Morri de culpa por não ter separado os itens pra aula de culinária. Só duas coisinhas, queijo e um chocolate. O Francisco chegou de mãos abanando e eu toda sem jeito fui pedir mil desculpas pra profe, por ter falhado (de novo). 
Mas da mesma forma que me culpo, penso que não deveria pegar tão pesado comigo mesma. Tem tantas outras coisas que dão certo. Não é fácil mesmo conciliar tanta coisa junta. Tem horas que o cérebro dá uma travadinha e isso é normal e totalmente vida real. Aliás, assim como diz na música do Kid Abelha, "as coisas são mais fáceis na televisão". E acho que a gente tem que usar as armas que temos para ir colocando o trem nos trilhos. Usar os lembretes do celular, arrumar tudo na noite anterior, colocar mais responsabilidade no filho, para que ele comece a também ajudar nesta organização e tenha mais responsabilidade quando o assunto envolve as suas tarefas e deveres. Pedir mais ajuda, sem culpa e sem medo de parecer frágil. E até dar uma surtadinha às vezes. Afinal, quem nunca teve um dia difícil, ou se sentiu esgotado. O que não pode faltar nunca é o carinho, o amor, o "eu te amo", o cuidado, o zelo, a verdade em admitir que não somos perfeitos e que, mesmo falhando às vezes, continuamos amando muito e principalmente, tentando acertar. 

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