quinta-feira, 29 de abril de 2010

quarta-feira, 28 de abril de 2010

A primeira gripe a gente nunca esquece

Nesta vida de papis e mamis a gente só aprende certas coisas vivendo.
Que os bebês são frágeis, todo mundo sabe.
Que eles têm pouca imunidade, não é novidade nenhuma.
Mas quando o nosso filhotinho fica doente é que a gente sente na pele tudo que envolve uma simples gripe, quando se trata de um bebê de seis meses.
O Francisco pegou sua primeira gripe. "Botar na escolinha é isso aí", disse o pediatra. Aliás, esta acho que é uma característica de todos os pediatras of the world: achar que as mães devem ficar em casa com seus filhos até completarem dois anos de idade. ãh??? Agora vamos voltar pro século 21 onde as muheres trabalham fora e não podem - e no meu caso, nem querem - se dar ao luxo de abrir mão deste dinheiro no orçamento familiar. Então a grande maioria dos bebês entra na escolinha com 4 ou 6 meses de idade e isso não mata ninguém, sejamos realistas. Mas como tudo na vida, tem prós e contras. Um dos contras é exatamente a exposição a outras crianças e a todo o tipo de vírus e bactérias, mas um dia a criança vai acabar tendo que ter contato com isso, criar anticorpos, ficar mais forte e resistente. Até acho que esta exposição prematura acaba até ajudando. Mas como eu falei, a primeira gripe a gente nunca esquece.
Eu fico com os olhos cheios d´água só de pensar. O Francisco que é pura animação e virado em sorrisos amanhaceu na segunda-feira choroso, chateado e bem apagadinho. Não sorriu nem no momento "bom dia, meu amor"... ai comecei a me preocupar. Tosse, nariz mega entupido, olhos vermelhos e até olheiras. Fui vê-lo na escolinha e ele nem sorriu pra mim. Eu fazia de tudo. Todas as palhaçadas que aprendi nestes poucos meses de mamis e nada. Saí chorando da escolinha... aquele não era o meu Francisco. Ele teve a primeira febre. Ai que pavor.... a escolinha me ligando e eu fora, sem poder fazer nada. Ainda bem que eu tenho o Fabrício que é mega participativo e ele resolveu tudo. Ligou pro pediatra, explicou os sintomas, ouviu pela enésima vez que escolinha é isso mesmo e todo o bla,bla,bla de sempre. Comprou os remedinhos e tudo mais. Mas os sintomas foram piorando e na 3a o Francisco acordou com os olhos completamente grudados de tanta secreção que saía. Tive que limpar oos olhos e ele chorou muito e eu queria chorar junto, mas eu sou a mãe, eu tenho obrigação de ser mais fortinha. Então segurei a onda e segui o curso normal do dia: ele na escolinha e eu no trabalho, com o pensamento nele. Mais um dia de muitos sintomas chatos. Febre de novo e quando fui vê-lo ele nem deu bola pra mim de novo e tava lá com os olhos muito inchados e uma carinha de dar dó. E o que é pior, não quis comer. Ai eu sai de lá chorando de novo. E o Fabrício me acalmando e me ajudando a entender que isso não era grave e que ia passar. No meio da tarde o fabrício deu um pulo na escolinha e disse que ele tava brincando. Fiquei felizérrima. As coisas pareciam estar melhorando. E à noite quando fui buscá-lo na minha sogra ele ficou animado comigo, brincamos muito e rimos também. Mas ele com uma carinha de dar dó, mas tentando mesmo assim ser querido e feliz comigo. Fofo! Fomos pra casa e na hora do banho ele se animou, jogou água para todos os lados, e eu de tão feliz deixando ele me enxarcar toda. Percebi que as coisas estavam começando a melhorar.
Durante a madrugada ele acordou chorando, com os olhos grudados de novo. Imaginem que agonia tu querer abrir os olhos e não conseguir... limpei os olhinhos com soro quente, fiquei com ele no colinho, medimos a febre, ele nao tinha, demos água e demos um tylenol pra ele dormir melhor. Hoje quando fui acordá-lo cantei a nossa canção e ele sorriu, muito. Ai que coisa boa. Fiquei tão feliz, tão feliz, que não cabia em mim. Ele está melhorando. Na escolinha foi tudo bem. E agora vamos ver como vai ser em casa. Mas a primeira gripe está passando e todos nós sobrevivemos sem maiores traumas.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Família êh, família ah, família...

Eu gosto tanto desta foto. Às vezes ainda levo um susto quando penso que já sou mãe. Esta semana mesmo, na janta das minhas amigas, a gente estava morrendo de rir lembrando de quando éramos adolescentes, dos micos sem precedentes que a gente pagava. Parece que foi ontem. E aí eu parei para pensar que eu vou começar a viver todas estas coisas de novo, mas agora no papel de mãe. Quantas vezes eu rangi meus dentes para o meu pai, porque ele não quis deixar que eu fosse numa festa, ou porque ele comprou um tênis "le cheval", quando o que TODAS AS MINHAS AMIGAS TINHAM era o Le CoqSportif. Quantas vezes eu fiquei louca com a minha mãe por ela exigir que eu arrumasse a bagunça do meu quarto ou por ela querer que eu comesse e levasse meu prato até a pia, ou quando ela me pedia para ajudar com a louça. Quantas vezes eu chorei porque eu tive que desligar o telefone após só uma hora e meia de bate papo com a minha melhor amiga que eu só tinha visto de manhã na escola e só ia ver de novo no outro dia (quanta coisa a gente tinha para conversar... e ele não entendia). Quantas vezes eu peguei carona com quem eu não conhecia, por que era amigo de um conhecido de uma amiga que também morava em Novo Hamburgo (na minha superpoderosa cabeça teen eu nunca corria perigo). Quantas vezes eu torci o nariz quando minha mãe me obrigava a ir naquele almoço de domingo na casa dos amigos deles (baita programa de índio, sem nada pra fazer e eu não era madura o suficiente - na visão deles - para ficar sozinha em casa). Quantas reuniões dançante na garagem de casa. Ouvindo Legião Urbana e desligando a luz quando meu pai se destraía. E ele ligando de novo e dizendo com voz firme "eu já disse que é pra essa luz ficar acesa". Eu adorava um menino, mas não tinha idade pra beijar na boca. Nosso amor acabou, claro... não tem como sobreviver a isso! Mas pensando bem, também acho que não vou querer que o Francisco beije aos doze. E fora todas as milhões de vezes que me apaixonei, desapaixonei, surtei, quis me matar, quis apenas morrer, chorei ouvindo Morrisey, sentada no chão da sala. Fora todas as milhões de vezes que prometi que NUNCA MAIS IA ME APAIXONAR DE NOVO. E na semana seguinte, já tinha um novo interessezinho na escola. Quantas vezes eu matei aula pra beijar na boca (e era uma delícia). Quantas vezes eu disse que ia estudar numa amiga e ia encontrar um namoradinho. Ah os hormônios adolescentes... acho que só com camisa de força pra deter. Mas tudo isso passou e hoje eu sou o que minha mãe foi um dia. Me preocupo com o futuro do meu filho, vou querer saber muito dele, onde ele vai, com quem vai, com quem vem, que horas. Vou querer saber da escola, das notas, dos temas. Vou querer saber quem são seus amigos, quem são os pais dos amigos. Vou negociar presentes, pq nem sempre dá pra comprar o que se quer. Vou querer saber dos amores, dos desamores, vou querer dar conselhos e acho que invariavelmente vou me pagar dizendo "no meu tempo"... para justificar alguma afirmação minha. E isso vai ser engraçado, pq sei todas que aprontei. Isto é fato. Não tem como mudar. E ai terei que me manter séria, como uma boa mãe e fazer de conta que sempre fui uma filha exemplar. Mas no dia que o Francisco ler este post, ele vai descobrir que como diz uma amiga minha "o meu passado me encomenda".

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Um dia daqueles


Eu saí de casa na 4a feira achando que eu teria um dia normal.
Mas realmente não foi assim que aconteceu.
Deixei o Francisco na escolinha e mal pisei no trabalho tudo começou a desandar.
Uma reunião no cliente que acabou virando algo surreal. Deveria levar 1 hora e levou 4. Deveríamos decidir várias coisas e não decidimos nada, e o que é pior, levamos um monte de novos problemas embora.
Eu fui esgotando a minha energia, a minha paciência, a minha saúde mental começou a ir mbora.
Reunião terminada e eu parecia pesar uns 100 quilos. Nossa, olhei no espelho e até olheiras eu tinha. Mas tudo bem. Era meio dia, eu tinha consulta na nutri e isso já começou a me animar.
Fui pra nutri com uma carga pesadíssima. Sorte que emagreci, se não... acho que teria caído no choro em cima da balança mesmo.
Saí de lá morrendo de fome e pensei em pegar um sanduiche na Subway. Meu carro estava estacionado quase em frente. Quando cheguei no carro, tinha um papel de 20 minutos da faixa nobre e eu pensei, vou manobrar rapidinho e colocar meu carro aqui no estacionamento do Subway mesmo, assim não ganho multa. Mas sabe aquele minuto de bobeira. Quando o teu corpo age, mas tua cabeça não acompanha? Fui manobrar o carro e esqueci da regra numero 1 da auto-escola: sempre olhar pelo espelho. Quando vi era tarde, uma S-10 já tinha batido em mim. Ou eu nela. Sei lá. Eu só pensei: "eu não to acreditando nisso". Aí pula do carro uma moça muito simpática e sorridente, tendo em vista as circunstâncias, e diz "mas guria, o que aconteceu com a gente?". Até tive vontade de rir. Pensei: graças a deus é alguém com um astral melhor que o meu. A culpa era minha e só dei a ela meu cartão e todas as coordenadas para ela usar meu seguro. Perdi meu bônus. Detonei meu carro. Fiquei extremamente irritada por ter sido um erro tão bobo. Fiquei irritada por ter tido um preju de uns 600 reais para economizar 5 pilas.
Não comi o sanduiche e fui trabalhar. Liguei pro Fabrício já chorando porque eu não estava acreditando como tantas coisas podiam dar tão errado ao mesmo tempo.
Como eu poderia ter saído da "Lolândia", um mundo perfeito, e ter caído na "azarolândia"?
Mas acho que certas coisas acontecem pq tem mesmo que acontecer. E que bom que foi só o carro. E que bom que o Francisco não estava junto. Enfim, dos males, o menor.
Mas mesmo com tudo isso eu cheguei em casa e tinha um baita guri de olhos azuis louco pra brincar comigo, feliz da vida, sorrindo e querendo me fazer feliz. E ai tudo foi ficando pequenininho, sem importância, quase casual. O que um filho não faz com a gente!