quinta-feira, 10 de março de 2011

Quando ele só quer a "mõemmm"?

Quem acompanha o blog deve lembrar de um post meu cujo título era "quando ele só diz papai", em que eu contava o meu desapontamento pelo fato de o Francisco só dizer "papai" e nunca, jamais, esboçar o tal e mega esperado "mamãe".
Alguns meses se passaram e não é que agora ele só quer a "mõemmmm" dele? Vocês não tem noção. É a palavra mamãe dita quatrocentas mil vezes por dia, de todas as formas possíveis, tons de voz e caras e bocas, de acordo com o desejo do momento:
- "manhêêêêêê", quando quer que eu busque ele no quarto pela manhã para dar bom dia e a mamadeira, claro.
- "mãeeeiiiinnnnnn" (acompanhado de um leve beiço), quando quer algo que eu não estou muito a fim de dar ou fazer naquele momento.
- "mamãe", quando ele toma banho com o Fabri e quer me avisar que está pronto para e buscá-lo pra secar.
- "mãeeeeeeeeeeeeinnnn" (com um misto de choro e birra) quando só pode ser eu e mais ninguém no mundo.
E claro que se de um lado tem uma mãe toda boba e feliz por ter se tornado, de um dia pro outro, simplesmente a última bolachinha do pacote na vida do filhote, do outro lado existe um pai mega preocupado das razões deste repentino momento "pai invisível".
Eu confesso que estou amando. Até porque tive um período muito complicado em função da depressão pós parto em que eu não me sentia nenhum pouco apta a cuidar do Francisco. Um simples chorinho dele me arrepiava dos pés a cabeça e meu coração parecia que ia saltar do peito. Era um pavor, um terror tão grande, que eu só pensava em sair pela porta e abandonar tudo, até a mim mesma. Mas tenho a sorte de ter um marido amoroso e sensível e amigas maravilhosas que perceberam que eu não estava bem e me convenceram a procurar ajuda. Foi o que eu fiz e daí pra frente pude, dia após dia, ir recuperando o meu espaço de mãe, recuperando a confiança, o amor pelo Francisco e por tudo que representa ser mãe. E hoje eu me sinto plena como mãe, confiante, amo o meu "lemãozinho" com toda a força do meu coração e acho que ele também sentiu isso e resolveu recuperar o tempo perdido. Estamos nos amando, esta é a pura verdade. Ele me descobriu mãe, eu me descobri mãe e estamos nos descobrindo agora de uma forma que ainda não tinha acontecido.
Mas assim como tudo na vida de um bebê, e diria mais, como tudo na vida dos seres humanos, tudo são fases. Os bebês comprovadamente passam por um momento "minha mãe é tudo e somos inseparáveis", mas isso passa. Pode levar um tempinho, mas passa. E depois vai chegar aquela fase em que o pai é o herói megablastertudo no mundo, companheiro das brincadeiras mais iradas, das idas ao futebol, do pastel frito com cola-cola que a mãe sempre resmunga e não quer comprar, das travessuras que só o pai sabe, enfim, toda aquela cumplicidade só de meninos, de pai pra filho. O importante é se manter disponível pro que der e vier.
Pai e mãe é pra sempre.

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