terça-feira, 2 de agosto de 2011

O seu filho segue você. Simples assim.



Estes dias presenciei uma conversa numa loja de um shopping e não pude deixar de prestar atenção.



Uma mãe comentava com a outra que tinha uma grande dificuldade de fazer o filho de dois anos comer saladas e legumes e que não sabia mais o que fazer, pois o pequeno só queria saber de guloseimas.



Aí a amiga perguntou: mas na sua casa vocês comem salada? E a mãe, prontamente respondeu: Nãããããoooo. Eu detesto salada, legumes. Não como nada disso.



Bom, acho que a defesa não tem mais perguntas.



Quando um bebê nasce, e antes mesmo dele nascer, na barriga mesmo, quem influencia seus gostos e hábitos alimentares é a mãe. A grande maioria das coisas que a mãe consumir na gestação serão preferência do bebê no futuro. Por isso, ter uma alimentação saudável, rica em verduras, legumes e frutas é tão importante para a formação dos hábitos alimentares da criança logo mais. E estudos comprovam que se a mãe engordar muito, ou comer muitos alimentos ricos em gordura, ricos em açúcares, as chances do filho ter problemas de sobrepeso na infância aumentam significativamente. Posto isso, voltemos ao caso da mãe que almeja que o filho seja um apreciador das saladinhas e não come nenhuma. Os pais é que são responsáveis por conduzir este processo com as crianças, até pq elas não têm hábitos pré-estabelecidos.



Elas assimilam o que lhes é oferecido. Se uma criança nunca comeu brócolis, como é que ela vai dizer que não come, ou não gosta? Por isso quando eu ouço "meu filho odeia brócolis", fico pensando até que ponto é o bebê que odeia. Lá em casa por exemplo, temos uma alimentação bem equilibrada, que acabei começando muito antes da gravidez por outros motivos, mas depois incorporei. Como deu certo na gravidez também, continuamos seguindo. Nós temos uma combinação lá em casa: deixamos as "junkisses" (que são uma delícia mesmo) para momentos fora da rotina. Festinhas de aniversário, jantinhas especiais em casa, na casa dos avós, enfim. O resultado disso é que o Francisco come yakissoba, brócolis, moranga, milho, vagem, feijão, arroz, carne com legumes, frutas, não toma refrigerante (aliás, nem sabe o que é e nem pede) e não fica pedindo doces e balas a toda hora. Na hora do lanche entre uma bolacha e uma pera, ele escolhe a pera ou um cacho de uvas. Mas tudo isso vem do fato de ele sempre ver os pais comendo e nos segue. Agora com quase dois anos, ele já faz as refeições conosco e come o mesmo que nós comemos. Então fica muito mais fácil. Claro que existe sim uma questão de paladar. Existem alguns alimentos que a criança pode não gostar "de verdade", mas antes de ter certeza absoluta, serão várias tentativas. Se não gostou de tal alimento refogado, apresenta cru. Se não gostou cru, faz um bolinho e coloca no forno. Se o bolinho não agradou, combina com outro alimento. Ou seja, paciência e persistência, sempre. O importante é entender que os filhos seguem seus pais, pois seus pais são seus modelos e todos nos inspiramos em nossos modelos (para o bem e para o mal). Se os pais não colocam saladas e legumes à mesa, como vão exigir que o filho coma? Se não comem frutas, qual o interesse que o filho vai ter em experimentar? E o mesmo vale para tudo. Se você quer que seu filho respeite, respeite. Se você quer que seu filho atravesse a rua na faixa de pedestre, atravesse. Se você quer que seu filho não fale palavrão, não fale (este vale pra mim diretamente). Educar dá bastante trabalho. Tem que se dispor a preparar um suco na hora, a ir pra cozinha e pilotar o fogão pra não comer só comida congelada. Mas ver os pequenos com bons hábitos alimentares e consequentemente, mais saudáveis vale todo o sacrifício.



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