quinta-feira, 31 de março de 2011

Eu amo rotina.

Sempre me considerei uma mulher moderna e mega descolada, que vivia um dia de cada vez e que adorava que eles fossem sempre um diferente do outro. Sempre enchi a boca para dizer que detestava rotina, que a vida precisa ter muita novidade e que pra gente se sentir vivo precisava ser pego de surpresa pela vida. Depois que eu me tornei mãe, a minha visão de rotina mudou completamente. Eu descobri que A-M-O rotina. A rotina na vida dos pais e na vida da criança é tudo de bom. Amo que o Francisco vá dormir sempre às 21h30, pq sei que depois disso eu posso planejar meus outros momentos do dia (mulher, esposa, amiga, irmã, dona de casa, chef de cozinha, sem nada pra fazer ou com tudo pra fazer). Adoro ter o momento de chegar em casa, de dar aquela batidinha na porta e ouvir lá de fora as risadas do Francisco e sua voz cheia de alegria dizendo "mamãeeeeeeee". Amo saber que das 19h30 às 20h30 eu, o Fabricio e o Francisco vamos brincar, correr, dançar, desenhar, fazer cosquinhas, ler um livrinho ou simplesmente ficar assistindo ao "iaiê" e cantando. E é revigorante saber que depois de tudo, tem o momento de curtir a vida de casal, conversar sobre o dia, rir das histórias, fazer planos pra frente ou simplesmente relaxar. É bom saber que o Francisco acorda sempre no mesmo horário pq até lá eu consigo tomar café, arrumar a casa, lavar e secar os cabelos, e só então ele me chama pra tomar mamadeira. E enquanto ele mama, eu me visto, me maquio, coloco as muchis (mochilas) no carro e depois arrumo ele pra escolinha. Esse sincronismo parace meio doentio, mas não é. É mega saudável pra todo mundo. Ter rotina organiza e torna tudo mais fácil e mais leve. Quer um exemplo? Fazem três dias que o Francisco está com probleminhas pra dormir. Não sei se é a mudança de estação, se está prestes a pegar uma virose ou se simplesmente não tá numa vibe muito boa, mas o fato é que há 3 dias ou ele acorda muito mais cedo de manhã ou ele acorda mais de uma vez no meio da noite chorando. Só isso, me fez perder um pouco da minha paz, ficar de mau humor e ter a impressão de que tudo começou errado no meu dia. Claro que nem a gente, nem as crianças somos robôs que respondem mecanicamente a tudo, mas na maternidade eu percebi que ter rotina não faz mal nenhum e que pode até ser muito boa pra saúde. Espero que hoje o Francisco durma melhor e eu e o Fabrício também, pq o sono da noite pra mim sempre foi fundamental.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Já pra cadeirinha, pensar no que tu fez!

O Francisco está numa fase complicadinha onde ele quer impor a sua vontade, não importa como. Pode ser chorando, fazendo beiço, atirando alguma coisa no chão ou, a mais nova forma, dando tapa. A minha terapeuta sempre me fala que com criança pequena temos que usar de uma linguagem de poucas palavras e muita firmeza, pq eles não entendem grandes divagações sobre um determinado tema, imagina, um sermão. Então quando um dia o Francisco me deu o tal tapa, eu segurei firme na mão dele e disse "não machuca a mamãe" e ele não fez mais. E é assim que eu tenho feito: seguro ele, olho firme nos olhos e repreendo o que ele fez de errado. Às vezes funciona, e às vezes não. Mas confesso que em casa e quando está conosco, nos momentos em família, com avós, primos, dindos e tios o Francisco não é o tipo de criança que tem ataques de birra frequentes. Ele é bem carinhoso, superafetuoso e dificilmente cria atrito quando entende que tal briga ele não vai vencer. Mas na escolinha fazem duas semanas que o Francisco tem tido alguns rompantes de raiva e tem dado tapas, nos coleguinhas, e até na profe. Ontem mesmo a profe falou pro Fabricio que ele havia dado um tapa nela e tinha ido pra cadeirinha de pensar. Hoje fui falar com ela e descobrir o motivo e ela me contou que ele quis defender uma coleguinha que estava sendo colocada de castigo. Gente, fiquei até com vontade de dizer "que amooooooooorrrr", mas sei que isso não é bacana e que se ele não for contido agora, depois ninguém segura. Mas estes toquinhos são tão chantagistas, tão fingidos e ao mesmo tempo tão fofos, que muitas vezes ganham a gente com um simples olhar ou com uma gracinha. Sei por mim. Quantas vezes eu estou para repreender o Francisco e ele olha pra mim e aponta alguma coisa (mudando totalmente de assunto) e diz "óiaaaaaaaaaaaaaaa" (olhaaaa, na lingua dele). Eu tenho que me segurar pra não rir. Tenho vontade de amassar o meu alemão. Mas tento me manter firme, assim como o Fabricio também, para ir mostrando quem é que manda. A cadeirinha de pensar é bastante usada na escolinha e está começando a ser usada lá em casa (mas neste caso é o sofá), só que pelo visto vai ter dias em que o Francisco vai ir umas 10 vezes pensar, pela frequencia com que ele tem testado os nossos limites e os dele também. Mas ok, os pais tem que ter uma paciência ilimitada e saber que a terapia da repetição é algo que tem que ser feita com as crianças até que elas entendam e respeitem determinadas regras e aprendam que nem tudo acontece na hora e como elas querem. Este exercício é um investimento no futuro e eu confesso que tenho mes esforçado muito para não substituir a cadeirinha de pensar pela minha havaianas.

terça-feira, 22 de março de 2011

O que faz um Francisco de um ano e cinco meses?

O Francisco acaba de ultrapassar a barreira do 1 ano e cinco meses.
É verdade, passa muito rápido. Eu diria - com um leve exagero, típico da minha pessoa - que é praticamente supersônico o desenvolvimento de uma criança.
E esta fase em especial está sendo cheia de novas descobertas sobre quem é o Francisco.
Ele já dá sinais de sua personalidade, já demonstra claramente o que agrada e o que não agrada, está ensaiando alguns exercícios de chantagem explícita e começa a tomar o seu lugar no mundo.
Nesta fase muitas coisas acontecem.
A criança vira uma tagarela e começa a falar muito e a todo momento. Algumas já falam muitas palavras corretamente, e lá no meio tem alguma que não tem pé nem cabeça. O Francisco fala Francisques na grande maioria das vezes e, vez por outra, solta palavrinhas corretas (ou quase).
Francisco é "cicisco".
Bolinha é "boinha"
Olha é "óiaaaaaaaaa" (bem assim, tipo ninja)
Não é "nã"
Sim é "si"
Cachorro é "au, au" e às vezes "caorro"
Carro é "bum bum"
Pai é alguma vezes "põeeemmmm", mas quase sempre pai ou papai
Mãe é manhê, mõeeemmm, mamãe dependendo do momento
A contagem de um a dez é assim "u", "dô", "teis", "ca", "cinfo" (adoro), "se", "sé", "o", "nó", "téisssssssssss" (bem assim, com muitos ssssss)
Pra dizer que tá com fome ou pra dizer que quer comer o que o outro tá comento é "mamamm"
Pra pedir alguma coisa é "dá"
Pra pedir pra escovar os dentes é "detis" (mas isso é só uma vez ao dia e olhe lá)
Pra colocar o DVD da Xuxa ou qualquer outra coisa que tenha música e dança é "iaiê" (confesso que tenho sempre feito de conta que entendi que é alguma coisa que tenha música e dança)
Pra pedir silêncio ele coloca o dedinho indicador na boca e faz "shhhhh" (pode?)
Enfim é tanta coisa que às vezes quando a gente menos espera ele sai com alguma inesperada.
Filho é diversão ilimitada. Tá bom, até chegar na adolescência!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Quando ele só quer a "mõemmm"?

Quem acompanha o blog deve lembrar de um post meu cujo título era "quando ele só diz papai", em que eu contava o meu desapontamento pelo fato de o Francisco só dizer "papai" e nunca, jamais, esboçar o tal e mega esperado "mamãe".
Alguns meses se passaram e não é que agora ele só quer a "mõemmmm" dele? Vocês não tem noção. É a palavra mamãe dita quatrocentas mil vezes por dia, de todas as formas possíveis, tons de voz e caras e bocas, de acordo com o desejo do momento:
- "manhêêêêêê", quando quer que eu busque ele no quarto pela manhã para dar bom dia e a mamadeira, claro.
- "mãeeeiiiinnnnnn" (acompanhado de um leve beiço), quando quer algo que eu não estou muito a fim de dar ou fazer naquele momento.
- "mamãe", quando ele toma banho com o Fabri e quer me avisar que está pronto para e buscá-lo pra secar.
- "mãeeeeeeeeeeeeinnnn" (com um misto de choro e birra) quando só pode ser eu e mais ninguém no mundo.
E claro que se de um lado tem uma mãe toda boba e feliz por ter se tornado, de um dia pro outro, simplesmente a última bolachinha do pacote na vida do filhote, do outro lado existe um pai mega preocupado das razões deste repentino momento "pai invisível".
Eu confesso que estou amando. Até porque tive um período muito complicado em função da depressão pós parto em que eu não me sentia nenhum pouco apta a cuidar do Francisco. Um simples chorinho dele me arrepiava dos pés a cabeça e meu coração parecia que ia saltar do peito. Era um pavor, um terror tão grande, que eu só pensava em sair pela porta e abandonar tudo, até a mim mesma. Mas tenho a sorte de ter um marido amoroso e sensível e amigas maravilhosas que perceberam que eu não estava bem e me convenceram a procurar ajuda. Foi o que eu fiz e daí pra frente pude, dia após dia, ir recuperando o meu espaço de mãe, recuperando a confiança, o amor pelo Francisco e por tudo que representa ser mãe. E hoje eu me sinto plena como mãe, confiante, amo o meu "lemãozinho" com toda a força do meu coração e acho que ele também sentiu isso e resolveu recuperar o tempo perdido. Estamos nos amando, esta é a pura verdade. Ele me descobriu mãe, eu me descobri mãe e estamos nos descobrindo agora de uma forma que ainda não tinha acontecido.
Mas assim como tudo na vida de um bebê, e diria mais, como tudo na vida dos seres humanos, tudo são fases. Os bebês comprovadamente passam por um momento "minha mãe é tudo e somos inseparáveis", mas isso passa. Pode levar um tempinho, mas passa. E depois vai chegar aquela fase em que o pai é o herói megablastertudo no mundo, companheiro das brincadeiras mais iradas, das idas ao futebol, do pastel frito com cola-cola que a mãe sempre resmunga e não quer comprar, das travessuras que só o pai sabe, enfim, toda aquela cumplicidade só de meninos, de pai pra filho. O importante é se manter disponível pro que der e vier.
Pai e mãe é pra sempre.