quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A escolha dos "Didis"

"Didi" é um termo muito carinhoso e fofo para dindo. Se formos pensar que no início da fala as crianças não conseguem ligar todas as letrinhas, chamar os dindos de "didis" é bem mais fácil e, cá entre nós, vindo de uma criança tem um significado todo especial.

Agora que já estamos de sete meses chegou o momento crucial da escolha dos "didis". Para mim, esta é uma missão tão importante quanto se alimentar bem e tomar bastante água na gravidez. Escolher os "didis" certos é algo que pode significar muito na vida de uma criança. No meu caso em especial (e isto já rendeu muito na terapia), tive péssimos momentos com meus "didis". Na verdade até hoje não sei bem quem são ou por que meus pais os escolheram. Eles participaram pouco da minha vida e nos poucos momentos em que participaram deixaram uma péssima impressão. Tem uma que nunca esqueço. Na minha Primeira Comunhão, além de toda a pressão de ter que encarar o confessionário pela primeira vez (e última, verdade seja dita), de eu ter esquecido de dizer "amém" antes de tomar a óstia e ter levado uma mijada do padre na frente dos coleguinhas e de toda a minha família diante de uma igreja lotada; no momento mais lindo do dia, que era a tão esperada festinha de comunhão, ganho uma caixa enorme do meu "didi" e animadíssima vou correndo abrir e qual não é minha surpresa quando me deparo com um caminhão de madeira, com caçamba e tudo. Gente, eu era uma menininha de 11 anos. Qualquer coisa como um diário com chave, uma cartela de bonecas de papel com vários modelitos, um par de patins, uma big caixa de chocolates ou sei lá, uma assinatura da Caprinho, me faria feliz. Mas meu didi, sem nem saber meu sexo, pelo jeito, me deu um caminhão... Desastre total. É claro que com criatividade canceriana eu transformei o caminhão em um lindo e feminino porta perfumes e fiquei um pouco menos triste. E assim foi a participação deles na minha vida: feita de poucos contatos, presentes estranhos e quase nada de afeto, pelos menos que eu me lembre.
Por isso que fiquei tão empenhada em encontrar os "didis" ideais pro Francisco. Pessoas que já curtissem ele mesmo antes dele nascer. Que pudessem participar da vida dele, que fossem dinâmicos, aquele tipo de "didi" irado, que curte brincar, rolar no chão, saber da vida do afilhado e que possa ser um pai e uma mãe nos momentos que forem necessários sem que os pais de verdade fiquei com o coração apertado. Cá entre nós, não é nada fácil.
Mas Fabrício e eu pensamos, conversamos, analisamos e conseguimos concordar. Escolhemos minha irmã e meu cunhado (já somos "didis" do filhote deles) pq eles são grandes amigos, nós estamos muito presentes uns na vida dos outros, eles já têm uma larga experiência de dois anos com o Matheus e além disso têm todo o pique que os "didis" tem que ter. O outro casal é a Bia e o Glédson. A Bia desde o dia que eu disse que talvez eu pudesse estar grávida, lá na casa dos meus pais, num domingo de sol, tentanto montar no jacaré inflável na piscina, ela é a amiga mais bacana, participativa e emocionada com a chegada do Francisco. Às vezes penso que até mais do que eu. Eu e ela somos como irmãs. Eu amo ela de paixão e além disso, nós e eles somos grandes amigos, temos muita afinidade, curtimos estar juntos, o Glédson toca violão, é engraçado, tem um pique muito bacana, curte crianças e eles têm um pátio enorme na casa deles, pro Francisco poder gastar a energia e já chegar em casa bem sonolento. E por último tem a Bárbara, a minha cunhadinha. Hoje ela tem 10 anos, mas estamos vislumbrando um futuro promissor para ela como "didi". E só o fato de poder contar com ela para que eu e fabri possamos fazer um momento casal de vez em quando, já me enche de animação. E qual adolescente que não curte ficar cuidando de um bebezinho inofensivo, olhando TV, tomando sorvete de colher e ainda de quebra ganhando uns trocados? Acho que com estas escolhas não vamos ficar com a consciência pesada de não termos dado importância para algo que, com toda a certeza, o Francisco vai dar muita importância. Até porque terapia não é algo barato, não.

2 comentários:

  1. Buaááá!!!!!! Que lindo!

    Lólis,
    Nem preciso dizer que estamos muito felizes e orgulhosos por termos sido escolhidos didis do Francisco... Mas confesso que tenho medo de não ser a didi esperada por ele... Também te adoro, minha mana de coração. Já te tenho como inspiração para projetos futuros... Hehehee!!! Beijocas nos corações de vocês :)

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  2. Nossa...com os olhos cheios de lágrimas,ESCREVO: o "Titcho" já é muito amado pelos seu Didis,faremos com que ele sinta por nós AMOR TANTO QUANTO já sentimos POR ELE, e que vocês com todo os louvores e méritos sentem pelo Matheus, espero ser a Didi que se tornou pro Teteu...Didi UOUA...e a cada dia que passa tenho a certeza que fizemos a escolha certa...vcs São Didis Super...

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