quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Eu era uma ótima mãe até ter filhos.


Estou lendo um livro muito bacana que virou título deste post. Apesar de tratar a maternidade de um jeito bem mais apocalíptico do que eu imagino (afinal, meu filhote ainda está na tranquilidade da minha barriga e eu, na tranquilidade da minha vida) acaba sendo uma leitura interessante, se considerarmos que todas nós podemos passar por algum daqueles relatos um dia.

Mas uma coisa me fez refletir mais: o fato de que antes de termos filhos somos ótimas mães.
É aquela velha história:
- ah, meu filho não vai fazer toda essa manha pra comer.
- bem capaz que eu ia deixar meu filho se jogar deste jeito no chão do super e promover esta guerra só pq não vai ganhar salgadinho!
- olha aquela criança, só come porcaria. Com meu filho vai ser muito diferente.
- como é que aquela mãe deixa o filho dela fazer tudo o que quer?
- eu não entendo uma criança que só vai dormir depois da meia noite. Os pais é que não sabem educar direito.
- nossa, o filho dela tem qualquer coisinha boba e ela já sai ligando pro pediatra.
- como pode o casamento deles estar passando por uma crise? É só saber separar as coisas.

Ou seja, na tranquilidade da minha gravidez, me pego me sentindo a supermãe modernosa que consegue fazer tudo: equilibrar educação do filho com carreira, marido, vida social e academia de um jeito tão fácil quanto é para o Super Homem voar. A cara da Lolândia (o meu reino particular): um mundo perfeito onde tudo sempre dá certo.

E é aí que está o grande aprendizado deste livro: fazer com que equilibremos as nossas expectativas, exigências e conceitos, para que a maternidade não se transforme em algo impossível de se levar. Faltando pouco mais de dois meses para o Francisco nascer, é muito difícil não pensar em tudo o que vai mudar daqui pra frente. Desde a configuração da casa, com novos objetos, caixas, fraldas por todos os lados, roupinhas de bebê no varal, banheira de plástico e tudo o que envolve ter um recém nascido em casa, até as mudanças em mim, no Fabrício, no nosso estilo de vida, na nossa relação homem/mulher, pai/mãe. É tudo completamente novo e por vezes, assustador. Mas a gente só vai saber como vai ser vivendo cada dia de uma vez. Enfrentando a primeira troca de fralda, o primeiro banho, as noites de sono - ou de falta de sono -, a relação da gente com os palpites de mães, sogras, tias, amigas, irmãs, vizinhas, a nossa vontade incontrolável de acertar, as frustrações, o primeiro tombo com sangue (é praticamente inevitável), os sustos com febre, dor de garganta, refluxo, cólicas e tudo mais que os bebês em plena formação enfrentam... Ufa! Só aí temos uns bons anos pela frente. Mas para mim o nosso desempenho dependerá muito do nosso desprendimento, da tranquilidade de ver as coisas como elas são, nem maiores, nem menores. De não sermos implacáveis com nós mesmos, de sabermos que todos temos limites e que nem sempre dá pra fazer, pra comprar, pra evitar, pra mudar...

3 comentários:

  1. Cheguei no seu blog através da busca pelo livro e fiquei curiosa em saber como está sendo agora com seu filho.
    Pelo que leu no livro e como é na real o que diria?
    Bjs (não tenho filho, mas quero)

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  2. Oi, tambem cheguei no blog atraves da busca do livro :) E agora, como esta a vida real ??

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  3. Olá. Estou meio sumida do blog, mas a vida real está muito legal. Claro que com altos e baixos, como tudo na vida, né? Continua acompanhando o blog. bjus

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