sexta-feira, 3 de abril de 2009


Quero parto normal, e daí?

Desde que engravidei tenho enfrentado discussões - algumas bem inflamadas - sobre a minha decisão de trabalhar minha mente e meu corpo para ter meu filho de parto normal. A impressão que eu tenho é de que a grande maioria das mulheres já abre mão do direito de exercer seu papel natural de gerar e parir seu próprio bebê, já na primeira consulta ao gineco. A cezariana está tão institucionalizada que parece que o estranho é ter o bebê de parto normal. Aí eu ouço todo o tipo de defesa da cezária. "É muito melhor, tu não vai sentir dor", "Quando tu perceber o bebê já está no teu colo e pronto." Alooouuuu, a cezariana é uma mega cirurgia, tem anestesia, um corte enorme, um pós operatório que exige mais tempo de recuparação, é um processo todo mecanizado feito na hora que o médico quer e não na hora que o bebê está pronto para nascer. Ou seja, não é um processo natural. E isso causa vários outros problemas, como a demora do leite para vir, a dificuldade de lidar com o bebê, pela impossibilidade de se curvar, fazer força, que poderia abrir os pontos e causar problemas. Mas cada vez que digo a alguém que quero ter - ou pelo menos tentar - o meu filho de parto normal ouço grandes absurdos do tipo: "tu é doida. Tu não vai ganhar nenhum troféu por isso. Tu vai ficar com a bexiga caída. Tua perereca nunca mais vai ser a mesma." Pelo amor de Deus, give me a break! Tenho lido muito a esse respeito e o parto normal tem muito mais vantagens do que desvantagens. Em primeiríssimo lugar, todas as mulheres da face da terra, tirando casos de eclâmpsia, pressão alta, má posição do feto, falta de dilatação, estão preparadas - fisiologicamente falando - para ter um parto normal. É a ordem natural das coisas. Todas as fêmeas foram feitas para ganhar seus próprios filhotes. É óbvio que eu não vou colocar a vida no meu bebê em risco. Vou ter meu bebê num hospital, com toda aquela equipe anorme me olhando, a UTI neo natal logo ao lado e todo o aparato médico necessário para que tudo corra bem, mas não quero abrir mão de participar, de me envolver, de usar a natureza a meu favor, de fazer aquela tradicional forcinha para empurrar. E é claro que vou fazer uma peridural, afinal de contas se posso sofrer um pouco menos, pq não? Mas que me desculpem os defensores da cezária, eu acho parto normal lindo! A mãe participando do nascimento do seu filho. Ajudando ele a vir ao mundo. Sentindo tudo com toda a intensidade que este momento significa. Vai doer? Eu tenho certeza que vai? Pode demorar? Eu sei que pode. Minha perereca (adoro esse termo) vai alargar horrores? Claro que sim. Eu já vi muitos vídeos de parto normal o suficiente para entender que ela vai esticar e depois voltar pro lugar. Aliás, eu acho que a quarentena é exatamente pra isso. Ficar 40 dias sem sexo para que a dona perereca retome a sua forma original. E recebi uma reportagem do meu marido estes dias que me deixou mais animada ainda na busca pelo parto normal: chama-se orgasmic birth, ou seja, parto orgástico. São relatos de mulheres que sentiram no parto o mesma sensação do orgasmo. Isso não é animador? Mas é assunto para um próximo post. hehehe

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