sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Maternidade e Carreira. Dá pra fazer as duas coisas.

Esta semana voltei ao trabalho. Foi um misto de felicidade e medo.
Primeiro, porque depois de quase quatro meses fora, eu tinha a sensação de que o mundo continuou e eu fiquei parada, no meio de fraldas, cocôs, xixis e amamentação, alheia a tudo e a todos os acontecimentos. Acompanhar a vida pela Ana Maria Braga, não realiza ninguém. Retomar a carreira, apesar de ser indispensável para a minha felicidade, me deixou cheia de dúvidas do tipo: "será que vou dar conta?", "será que ainda sei fazer o meu trabalho?", "como as pessoas vão me receber?"... Era como se eu tivesse pedido demissão, ficado fora um tempo e voltado. Nos primeiros dois dias me senti bem perdida.
Depois, tive que lidar com a culpa que senti ao deixar um bebê tão pequeno e indefeso aos cuidados de pessoas que nunca vi na vida, em uma escolinha em turno integral. Mas como diz uma amiga, foi o Francisco quem escolheu nascer nesta família, onde mãe e pai trabalham e além da profissão de pais, têm as suas carreiras para tocar em frente. Carreiras essas que garantem os potes e mais potes de Nan e as fraldas e mais fraldas que ele usa todos os dias.
A boa notícia é que não foi tão difícil. Aos poucos a nova rotina foi sendo assimilada e cá entre nós, o Francisco com sua calma e bom humor, dá um empurrãozinho para tudo ser mais fácil ainda.
Basta ter planejamento para deixar a mochila da escolinha pronta na noite anterior, acordar na hora certa de manhã, fazer o make-up e colocar as bolsas no carro antes do mamá, deixar a roupa de trabalho separada e enquanto o Francisco descansa após mamar, se vestir. Depois é só colocá-lo no bebê conforto e levá-lo pro carro e pronto, ir para a escolinha e depois para o trabalho.
Vou confessar que tenho me atrasado uns 15 minutos todos os dias, mas antes dele eu consegui me atrasar mais. O complicado mesmo é a despedida. Dar tchau pro Francisco e saber que só vou sentir seu cheirinho de novo às 11 da manhã é muito complicado. Eu ainda não consigo deixá-lo na escolinha sem encher os olhos d´água. E fico olhando no relógio contando os minutos para ir amamentá-lo. Não é a toa que me deram o apelido de mãe mais dengosa da escolinha.

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