sexta-feira, 6 de março de 2009

Esperando a hora certa.


Fabrício e eu somos, segundo uma amiga minha, um casal sonho de consumo. Estamos juntos há quase dez anos. Vivemos uma história cheia de momentos engraçados, emoções, algumas brigas, pazes, autoconhecimento, descobertas, enfim, todo o turbilhão de situações que envolve dividir a vida com outra pessoa e ainda assim manter o amor.

Acho que passamos pelos, digamos, passos básicos de um relacionamento: nos conhecemos, namoramos, fomos morar juntos, quando vimos que nenhum dos dois surtou, casamos e chegamos naquele momento "e agora? será que não é o momento de ter um filho?".

Eu, com meu estilo mais baiano, dizia "não sei não. será que não é uma de darmos mais um tempo sozinhos?" e ele, sem nenhuma cerimônia dizia "como assim mais tempo sozinhos? São quase dez anos!". Então deixei todos os meus medos de lado e foi aí que tudo começou. Parei de tomar pílula em novembro para desintoxicar meu corpo dos anos e anos e anos de pílula e nesse meio tempo íamos fazendo a famosa e - mais do que comprovada ineficiente - tabelinha.

Mas na minha mente controladora e autosuficiente eu iria engravidar quando eu quisesse - no caso, em setembro. E assim fomos em frente. Mas teve uma tarde de janeiro em que alguma coisa diferente aconteceu. Não sei como explicar, mas senti que aquele sexo tinha sido diferente dos outros e fiquei com aquela sensação, mas não dei muita importância, afinal segundo a tabelinha, aquele dia era "livre".

O tempo foi passando e a minha menstruação não vinha. Mas ao mesmo tempo, meus peitos doíam, eu andava irritada com tudo e chorona (muito mais do que o normal). E pensava: é a menstruação. Tô na TPM. E nada.

Até que comecei a cogitar a possibilidade. "Será?" era o meu nick no msn... e minha cabeça a mil. "Será?" Até que decidi fazer um teste de farmácia. Foi pouco antes do carnaval. Fui na farmácia, pedi o teste mais ninja de todos e corri pra casa. Fazer teste de gravidez é muito constrangedor. Aquele micro recipiente, tu tentando mirar pra acertar a dose certa de xixi pra atingir a linha vermelha do micro potinho e toda a ansiedade de esperar pelo resultado. No meu caso, nem precisei esperar os cinco minutos das instruções. Em dois segundos, deu PO-SI-TI-VO.

Fiquei olhando o papelzinho mijado dentro do pote e os dois tracinhos cor de rosa e pensava: "e agora?" Sentei e comecei a chorar. Uma mistura de pavor, alegria, mais pavor, e uma sensação de que tudo tava arrumadinho no seu devido lugar e que um furacão passou e bagunçou tudo.

Aí pensei: "tenho que contar pro Fabricio." Aí levei o papelzinho mijado na empresa onde ele trabalha e com cara de criança que fez "arte", mostrei pra ele o resultado e falei "deu positivo. tô grávida". A gente se abraçou eu chorei muiiiiiiiiiitttttttttoooooooo e no fim das contas decidimos que tudo bem. Confesso que esse tudo bem era muito mais pelo Fabricio do que por mim. Eu continuava apavorada. Mas resolvi me dar esse tempo. Afinal de contas, não é todo dia que a gente é mãe pela primeira vez.





Um comentário:

  1. Oie, achei SUPER a idéia desse blog e também quero dizer que este momento que estamos vivendo está sendo fantástico.
    Impossível viver sem desafios e este grande desafio que teremos pela frente é uma bênção.
    Um beijo pra mamãe mais linda desse mundo.

    Papai Fabri.

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